Deficientes e Bolsa Família estão entre preocupações do Parlamento Jovem
Deputados jovens votarão cinco propostas, apresentadas pelos próprios estudantes, em sessão simulada do Plenário, nesta sexta.
27/09/2012 - 19:40
Cinco projetos foram escolhidos, entre os 78 apresentados pelos estudantes que participam do Parlamento Jovem, para serem votados na sessão simulada do Plenário desta sexta-feira (28), às 9 horas. A votação encerra a participação dos jovens de 17 a 22 anos que durante esta semana atuaram como deputados na análise de projetos de lei.
Os projetos foram escolhidos por cinco comissões formadas pelos estudantes. Deficiente visual, a deputada jovem Girlaine de Oliveira, de Recife (PE), propôs um incentivo para que as seleções destinadas a alunos do ensino médio – como o próprio Parlamento Jovem - ofereçam material em braile e com textos ampliados para alunos cegos ou com pouca visão.
O projeto dela foi escolhido pela Comissão de Economia, Emprego e Defesa do Consumidor. “Eu me baseei numa dificuldade minha”, disse a jovem, emocionada.
Rodolfo Barros, de Maceió (AL), preocupou-se com a coleta seletiva de lixo. Seu projeto, escolhido pela Comissão de Agricultura e Meio Ambiente, sugere campanhas para incentivar a separação de resíduos sólidos nas residências, e busca incluir os catadores de lixo nas políticas públicas de responsabilidade dos municípios.
“A atuação como parlamentar foi muito interessante. Poder conscientizar as pessoas e debater a situação dos catadores foi muito importante para mim”, contou Rodolfo.
SUS
As filas do Sistema Único de Saúde (SUS) foram o tema que provocou a preocupação da deputada jovem Julie Belo da Silva, de Queimados (RJ). Seu projeto, escolhido pela Comissão de Saúde e Segurança Pública, prioriza a capacitação dos profissionais de saúde de forma que a espera pelo atendimento nos postos e hospitais para consultas não passe de sete dias. “É uma fiscalização e um incentivo para que esses profissionais atendam a população, porque há postos e médicos para isso”, afirmou.
Já o estudante Mateus Moreira, de Mogi das Cruzes (SP), teve sua proposta aprovada na Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Turismo. Ela cria mais uma condição para o recebimento dos benefícios do Bolsa Família: os filhos de beneficiários do programa teriam de ter aproveitamento mínimo de 60% na escola para que suas famílias continuem recebendo o dinheiro – hoje o programa exige apenas 75% de presença na sala de aula. “Vimos o quanto é trabalhoso e difícil aprovar uma lei, não é fácil”, ressaltou Mateus.
Ao final, oito deputados jovens foram escolhidos como líderes e vice-líderes das comissões, e eles foram responsáveis por escolher o quinto projeto a ser incluído na votação do Plenário. A proposta indicada foi a de Lucas Bernardino, de Arenápolis (MT), que prevê disciplinas específicas sobre educação para pessoas com deficiência em cursos de licenciatura, de forma a especializar professores no atendimento desses alunos.
“A intenção é que os alunos com deficiência tenham estímulos para continuarem na escola”, explicou Milena Lopes de Assunção, líder da Comissão de Saúde, que defendeu a proposta.
Reportagem - Marcello Larcher
Edição – Daniella Cronemberger