Raul Filho diz que fez quatro contratos emergenciais com a construtora Delta
10/07/2012 - 18:15

O prefeito de Palmas (TO), Raul Filho (PT), confirmou aos integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, nesta terça-feira, que a prefeitura realizou seis contratos com a Delta para limpeza urbana da capital de Tocantins, no valor total de R$ 106,32 milhões. Dois foram feitos com licitação (o primeiro e o último) e os outros quatro foram contratos "emergenciais", com dispensa de licitação. A contratação da empresa está sendo questionada na Justiça pelo Ministério Público.
Ele afirmou que a Delta só começou a trabalhar mais de um ano depois do início do seu mandato, assim mesmo depois de vencer a licitação. Antes disso, o serviço foi feito em caráter emergencial por outra empresa, a Litucera. Segundo ele, se houvesse compromisso com Cachoeira uma empresa ligada a ele teria feito esse trabalho em caráter emergencial.
Segundo ele, houve dispensa de licitação para a Delta fazer o trabalho porque o Tribunal de Contas de Tocantins não se pronunciou sobre o processo licitatório. “Só nove meses após a suspensão, o tribunal permitiu a continuidade da licitação”, disse. O prefeito afirmou que não houve aumento de preços para os serviços da Delta, mas da quantidade de trabalho, pois a previsão inicial do contrato estava aquém das necessidades de Palmas.
Documento falso
A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) disse que as contratações da Delta só aconteceram porque a prefeitura emitiu um documento falso para habilitar uma certidão de acervo técnico, emitida pelo Crea/TO e apresentada pela construtora. “Essa mesma certidão foi utilizada pela Delta em outros estados”, acrescentou.
Quebra de sigilos
O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) vai sugerir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da esposa de Raul Filho, a deputada estadual Solange Duailibe; da cunhada do prefeito, Kenia Duailibe, responsável pela licitação ganha pela Delta; do secretário da prefeitura Silvio Roberto Moraes de Lima, que levou Raul Filho para conversar com Cachoeira, em 2004; e de Alexandre Chaves Ribeiro, que também participou das negociações e, segundo as investigações da Polícia Federal, seria um espião de Cachoeira.
Em abril de 2011, Raul Filho e sua mulher, a deputada estadual Solange Duailibe, foram expulsos do PT pelo diretório estadual de Tocantins, sob alegação de infidelidade partidária, por terem apoiado a candidatura de João Ribeiro, do PR, ao Senado, contra o petista Paulo Mourão. Em junho, a direção nacional suspendeu a decisão e anulou a expulsão.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Newton Araújo