Fifa não deve ter o direito de recrutar voluntários, diz debatedor
19/06/2012 - 16:53
O assessor parlamentar e representante da Federação Nacional das Empresas de Serviços e Limpeza Ambiental, Erminio Alves Lima Neto, questionou há pouco o entendimento do Ministério do Trabalho de que considera legal a Federação Internacional de Futebol (Fifa) recrutar voluntários para atuar na Copa do Mundo de 2014. “Se esse é o entendimento, temos de mudar o conceito de trabalho voluntário no Brasil. Não conseguimos entender como a Fifa teria esse direito”, sustentou.
Lima Neto afirmou que a Lei do Serviço Voluntário (9.608/98) prevê que atividade deve ser exercida em entidades não lucrativas, o que não é o caso da Fifa. Segundo ele, só na Copa do Mundo na África do Sul, em 2010, a entidade máxima do futebol teria distribuído 700 milhões de dólares de lucro para os clubes.
O representante do Sindicato dos Empregados nas Empresas Prestadoras de Serviços e de Trabalho Temporário no Estado de São Paulo (Sindeepres), Amâncio Luís Coelho Barker, disse que pode até ser legal, mas o voluntariado de 18 mil pessoas na Copa não é justo com o trabalhador.
Já o representante da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, Weber Magalhães, destacou que o trabalho voluntário no evento esportivo ocorrerá dentro da legalidade e do compromisso de que a organização se responsabilizará pelo material, o transporte e alimentação dos ajudantes.
Os debatedores participaram de audiência pública da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público sobre o recrutamento de voluntários pela Fifa para atuar na Copa do Mundo de 2014. A reunião já foi encerrada.
* Matéria atualizada às 18h12.
Reportagem – Marise Lugullo/Rádio Câmara
Edição – Marcelo Oliveira