Estudo mostra dificuldade do Estado para proteger vítimas de abuso sexual
12/06/2012 - 16:53
A secretária-executiva do Comitê de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, Karina Figueiredo, comentou há pouco estudo realizado pelos colaboradores do comitê Renato Rosendo e Fernando Lúcio, a partir de 70 casos considerados emblemáticos que foram investigados pela CPMI do Abuso Sexual de 2004.
Uma das grandes dificuldades apontada no levantamento, disse ela, é garantir proteção e atendimento posterior às crianças e adolescentes vítimas da exploração sexual. "A gente observou que a menina ou o menino ficaram expostos, sem proteção, e nada foi feito. Não houve uma resposta do Estado no sentido de garantir recursos e atendimento a essas vítimas e a suas famílias. O modo como foram expostos causou outros danos a essas pessoas", afirmou Karina.
A expositora também informou que, depois que uma denúncia de exploração sexual contra crianças é feita, é difícil conseguir que as investigações, a punição e o atendimento psicossocial e na área de saúde sejam feitos rapidamente. "Quando acontece o processo de responsabilização de um culpado por abuso, já se passaram dois ou três anos da data da denúncia. Quando a menina ou o menino consegue uma vaga para tratamento na rede de saúde, já se passou mais de um ano", comentou.
Outro problema apontado pela debatedora é o contingenciamento de recursos no Orçamento destinados ao combate à violência e abuso sexual de crianças e adolescentes.
Karina Figueiredo participa de audiência pública da CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O debate prossegue no Plenário 11.
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Reportagem – Renata Tôrres/Rádio Câmara
Edição – Marcelo Oliveira
