Saúde

Quebrar patente não é solução para ‘doenças negligenciadas’, diz indústria

24/05/2012 - 11:39  

Especialistas convidados pela Comissão de Seguridade Social e Família para uma audiência pública sobre a produção de fármacos informaram que as chamadas doenças negligenciadas (que não são alvo de investimento pela indústria farmacêutica) atingem 16 milhões de pessoas hoje no Brasil.

Ricardo Marques, que representa na audiência a Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina), afirmou que não são feitos investimentos por falta de interesse mercadológico. A maior parte dos doentes está na faixa de menor renda da população.

Marques afirmou que a proposta da subcomissão sobre o assunto, de quebrar as patentes dos medicamentos atuais, não deverá ter os efeitos desejados, porque a maioria deles é antiga e já não tem patente.

De qualquer forma, o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Jorge Bermudez, classificou a proposta da subcomissão de fármacos, aprovada no ano passado, de “ousada”. Ele afirmou ainda que a Fiocruz participa de um consórcio apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que busca acelerar os investimentos em inovação nessa área.

Segundo o diretor da ONG Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas, Eric Stobbaerts, os medicamentos utilizados atualmente são tóxicos, caros, ineficazes e de administração dolorosa. Segundo ele, as doenças negligenciadas são 12% do total, mas representam apenas 1,3% dos novos medicamentos.

A reunião está sendo realizada no Plenário 7.

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Reportagem – Sílvia Mugnatto/Rádio Câmara
Edição – Wilson Silveira

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