Relator está pronto para se posicionar sobre relação de Carlos Leréia com Cachoeira
07/05/2012 - 15:42

Novas gravações da Polícia Federal (PF) feitas na operação Monte Carlo, que investigou o contraventor Carlos Cachoeira, levantam suspeitas sobre o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). Na conversa, segundo a PF, o parlamentar alerta Cachoeira sobre uma operação policial. Leréia está sendo investigado pela Corregedoria Parlamentar por suposto envolvimento com Cachoeira e já apresentou sua defesa.
Nesta segunda-feira, em entrevista ao programa Manhã no Parlamento, da Rádio Câmara, o relator da sindicância que apura o caso na Corregedoria, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), disse estar pronto para apresentar seu relatório, mas não quis adiantar sua posição. "No meu ponto de vista, nós já temos a condição de fazer o parecer, especialmente em função de que até novas gravações [indicaram] um novo envolvimento, [e também já existem] as manifestações do deputado na tribuna, na semana passada, o que têm me dado o ambiente para a tomada de decisão.”
O relator ressaltou que a sociedade espera que não se faça nenhum pré-julgamento. “E é assim que eu tenho trabalhado, mas de maneira alguma se pode ser omisso nesse episódio”, destacou Goergen. “Eu imagino que, no máximo em 15 dias, a comissão já tenha toda a condição de fazer o posicionamento e encaminhar ou não o caso para o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar."
Ameaças de morte
Por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado Carlos Alberto Leréia disse que o diálogo dele com Carlos Cachoeira deve ser analisado em conjunto com outras conversas. Segundo o deputado, isso comprovaria que ele estava pedindo ao contraventor para checar a informação de que ele, Leréia, estaria sendo ameaçado de morte.
Ainda de acordo com o parlamentar, a operação mencionada nas gravações é a Sexto Mandamento, da Polícia Federal, que prendeu, em Goiás, policiais militares acusados de fazer parte de um grupo de extermínio.
Na quinta-feira (3), em discurso no Plenário, Leréia já havia afirmado que queria esclarecer imediatamente na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira as denúncias de supostas ligações com o contraventor. Leréia revelou ser amigo pessoal de Cachoeira, mas assegurou não ter relação com a exploração de jogos ilegais que motivou a investigação sobre o empresário.
Reportagem – Marise Lugullo/Rádio Câmara
Edição – Newton Araújo