Cidades e transportes

Ministro diz que sua filiação ao PR não prejudica trabalho técnico

17/08/2011 - 16:51  

Arquivo - Leonardo Prado
Lincoln Portela
Líder do PR, o deputado Lincoln Portela ressaltou que Paulo Passos não foi indicado pelo partido para o ministério

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse que a sua filiação ao PR, partido do ex-ministro e senador Alfredo Nascimento, não significa um desvio do caráter técnico de seu trabalho. Nascimento deixou o cargo após denúncias de que integrantes do PR recebiam dinheiro em troca da aprovação de aditivos em contratos de obras do ministério.

Em audiência pública na Câmara, Passos afirmou que deve lealdade à presidente Dilma Rousseff, independentemente do partido ao qual é filiado. Na terça-feira (16), Nascimento, que também é presidente do PR, anunciou a saída da legenda da base aliada do governo.

Passos fez sua declaração em resposta ao deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), que sugeriu a audiência. Para o deputado, a filiação do ministro ao PR pode ter sido um primeiro desvio em sua rota de funcionário de carreira. “Aí está uma primeira manifestação de interesses muito menos com a gestão pública e muito mais com os interesses políticos de uma pasta. O senhor é de confiança da presidente Dilma ou do PR?”, provocou Macris.

Apoio do líder
Na reunião, o líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG), manifestou solidariedade a Paulo Passos. “Em momento algum, o senhor feriu conceito do partido. Apesar de não ser indicação do partido [ao ministério] e ser da cota da presidente Dilma Rousseff, é sempre bem-vindo ao nosso partido”, disse Portela.

Por outro lado, Portela lamentou que a lista de exonerados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) tenha sido divulgada pela imprensa enquadrando todos como se tivessem sido afastados como “bandidos”. O ministro concordou, dizendo que todos foram colocados em uma “vala comum”. “Mesmo no caso dos diretores do Dnit, não se pode fazer uma generalização. Grande parte dos diretores pediu para sair para dar oportunidade ao governo de reorganizar o Dnit”, explicou Passos.

Reportagem - Noéli Nobre
Edição – Maria Clarice Dias

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.