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Inclusão de alunos com deficiência em ensino regular também gera divergência

29/07/2011 - 16:22  

Brizza Cavalcante
Eduardo Barbosa
Barbosa: a escola regular não está preparada para receber alunos com deficiência.

Outra meta polêmica do projeto que estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10) é a que prevê a universalização do atendimento de crianças e adolescentes de quatro a 17 anos com deficiências na rede regular de ensino até 2020. Para o deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), a proposta “restringe as possibilidades dos jovens”. Já a deputada Fátima Bezerra (PT-RN) acredita que a medida beneficia o grupo.

Barbosa, que é presidente da Federação Nacional das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes), explica que muitas escolas regulares não estão prontas para receber esses alunos, que têm necessidades especiais. O receio, segundo ele, é que, com a aprovação do texto como foi proposto pelo Executivo, muitas entidades que hoje atendem aos jovens com deficiências físicas ou intelectuais sejam extintas.

Brizza Cavalcante
Fátima Bezerra
Fátima defende a educação inclusiva dos jovens com deficiência.

“Somos a favor da inclusão de pessoas com deficiência na escola regular. Porém, esse processo se dá de forma gradual, respeitando as necessidades de cada indivíduo e seu ritmo de aprendizado. Muitas vezes são necessárias metodologias de ensino e a escola regular não tem como prover isso”, argumenta o parlamentar.

Educação inclusiva
De acordo com a política que vem sendo adotada pelo Ministério da Educação, os jovens com deficiência devem frequentar o ensino regular em um turno e o especializado em outro. A estratégia inclusiva, segundo Fátima, que é presidente da Comissão de Educação e Cultura, é a mais democrática.

“Essa é a visão mais moderna, de que devemos preparar a rede regular de ensino para que acolha esses estudantes, para que eles tenham maiores oportunidades. Mas é evidente que a educação inclusiva não significa abolir algumas instituições que hoje apresentam um bom trabalho”, afirma. A deputada também lembra que a medida vai ao encontro de convenção internacional sobre o tema outorgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e ratificada pelo Brasil.

Reportagem – Carolina Pompeu
Edição – Marcelo Oliveira

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