Oposição critica custo da política de empréstimos do BNDES
14/06/2011 - 20:51
Na discussão do relatório do deputado Arthur Lira (PP-AL) para a Medida Provisória 526/11, que capitaliza em R$ 55 bilhões o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), parlamentares de oposição criticaram a política de financiamento do Executivo, enquanto governistas defenderam a democratização do crédito realizada pelo BNDES.
O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) afirmou que o banco concede empréstimo a custo baixo para empresas de grande porte, que reaplicam esses valores no mercado financeiro a juros altíssimos, o que estaria promovendo o enriquecimento das empresas a custo do Tesouro Nacional. “O dinheiro do Tesouro Nacional vai para o BNDES a juros subsidiados. Vêm as grandes corporações, pegam a 6% e compram títulos do Tesouro e recebem a 12%”, ressaltou.
Já os deputados Felipe Maia (DEM-RN) e Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) alertaram para o custo da capitalização do BNDES. Eles destacaram que, para conceder empréstimos, o banco precisa ir ao mercado e emitir títulos da dívida e, além de arcar com o subsídio, paga juros pelos títulos emitidos. “Está implícito nesses empréstimos um custo em torno de R$ 15 bilhões ao ano em juros só em subsídios. É mais do que o Bolsa Família o que essa 'bolsa banqueiro' engole”, criticou Mendes Thame.
Felipe Maia ressaltou que os juros e os subsídios serão pagos pelo contribuinte. “O bom destino desse dinheiro deveria ser estradas, escolas, medicamentos, trazendo de volta o benefício para o povo”, afirmou.
Desenvolvimento
Na defesa da medida provisória, o deputado Dr. Ubiali (PSB-SP) defendeu que o empréstimo subsidiado é fundamental para o desenvolvimento da economia. “Um banco de desenvolvimento não é um banco comercial. Nós temos de entender que o BNDES é um banco de desenvolvimento e não faz sentido que empreste dinheiro com juro de mercado”, disse.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) destacou que os juros mais baixos são fundamentais para a competitividade da indústria. “Estamos enfrentando uma concorrência violenta de produtos, principalmente da China e de outros países, que entram no Brasil em condições cambiais favoráveis. E o BNDES financia essas indústrias que são o carro-chefe do desenvolvimento nacional”, defendeu.
Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Marcos Rossi