Câmara arquiva permissão para parto anônimo
25/05/2011 - 19:21
![Luiz Couto](https://imgproxy.camara.leg.br/cb4kHmHnXZ0Gut7dPqaRIvvJNW1MqTHNzlXUdd-7gXQ/fill/680/680/no/1/aHR0cDovL3d3dy5jYW1hcmEuZ292LmJyL2ludGVybmV0L2JhbmNvaW1hZ2VtL2JhbmNvLzIwMTEwNTIzMTUyNl9oTUVELmpwZw.jpg)
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) rejeitou ontem o Projeto de Lei 2747/08, do ex-deputado Eduardo Valverde, que permite à mulher grávida que não deseja ou não pode criar o filho fazer o parto de forma anônima e encaminhar o recém-nascido para adoção. Como também já foi rejeitada pela Comissão de Seguridade Social e Família, a proposta será arquivada, a menos que receba recurso assinado por 10% dos parlamentares para votação em Plenário.
O projeto previa o direito do parto anônimo sem que a gestante perdesse o acesso ao pré-natal gratuito na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, ela teria isenção de responsabilidade civil ou penal em relação ao filho. O objetivo do texto seria criar uma alternativa legal para as mães que não pretendem criar os filhos, reduzindo os casos de abandono de bebês e de abortos.
O relator, deputado Luiz Couto (PT-PB), manifestou parecer contrário à matéria por considerá-la inconstitucional. Segundo ele, todas as propostas que permitem o anonimato da mãe afetam o direito constitucional da criança à proteção integral. “O anonimato impede o filho de ter suas origens registradas, ou seja, é negado o direito à dignidade e à convivência familiar”, afirmou.
Reportagem – Oscar Telles
Edição – Marcelo Oliveira