Rose de Freitas diz que não houve troca de favores para evitar convocação de Palocci
18/05/2011 - 21:17
A presidente em exercício da Câmara, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), descartou qualquer tipo de "acordão" para votação do novo Código Florestal (PL 1876/99) na próxima semana.
Os líderes do Psol e do PV, deputados Ivan Valente (SP) e Sarney Filho (MA), acusaram o governo de ter feito um acordo, admitindo a votação de uma emenda dos ruralistas ao relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) em troca do fim da pressão para que o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, venha à Câmara prestar esclarecimentos sobre seu crescimento patrimonial de 20 vezes em quatro anos, segundo noticiou o jornal Folha de S. Paulo.
"É um acordo espúrio. Essa emenda piora ainda mais o projeto de Código Florestal. O governo falou que não votaria, mas, em troca de não convocar o ministro Palocci, cedeu totalmente no relatório do Código Florestal, detonando a legislação ambiental brasileira e fazendo todas as vontades dos donos das motosserras que fazem parte da bancada ruralista", afirmou Valente.
Rose de Freitas considerou legítima a posição adotada pelo Psol e pelo PV, que prometeram obstruir a votação do Código Florestal na próxima terça-feira (24), mas ressaltou que não viu nenhuma troca de favores entre governo e oposição. "Haja vista que os requerimentos apresentados estiveram na Mesa e foram votados um a um, nenhum deles foi retirado. Portanto, eu acho que não foi nesses termos e nem com esse espírito que foi presidido o acordo entre as partes", disse.
O líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), destacou que o pedido de convocação de Palocci foi derrotado em Plenário. "A proposta de convocação do Palocci teve apenas 72 votos. Nós não iríamos parar a Câmara apenas para tirar os holofotes de um ou outro ministro."
O líder do Democratas, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), afirmou que não desistiu de convocar o ministro.
Reportagem – Idhelene Macedo e Vania Alves/Rádio Câmara
Edição – Marcos Rossi