Agropecuária

Abifumo: Restrições ao tabaco prejudicariam mais de 200 mil famílias

01/12/2010 - 20:04  

O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), Fernando Costa, afirmou que a resolução proposta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prejudicará mais de 200 mil famílias que vivem da fumicultura no Brasil. Segundo ele, praticamente 100% da produção do tabaco no Brasil será atingida pela consulta pública , “que gera imprevisibilidade no ambiente de negócio”. Entre outros pontos, a consulta propõe proibir a adição de ingredientes como aromatizantes, pigmentos, estimulantes e especiarias aos cigarros.

O debate sobre a consulta da Anvisa foi realizado nesta quarta-feira na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, que também discutiu a situação dos produtores de fumo do tipo Burley no País.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Candelária, município do Rio Grande do Sul a 180 quilômetros de Porto Alegre, Mauro Flores, destaca a rentabilidade da produção de tabaco, que, segundo ele, é maior que a de outros tipos de cultivo. “O tabaco pode ser prejudicial à saúde, mas temos de avaliar também os benefícios da sua produção para as famílias agricultoras”, argumentou.

Alternativas para fumicultores
Para a secretária executiva do grupo interministerial que discute a implementação da Convenção Quadro para Controle do Tabaco no País, Tânia Cavalcante, é preciso implementar políticas que estimulem outros tipos de produção entre os fumicultores. “O Brasil precisa se preparar para um impacto futuro da redução da demanda global. Diversos países andam a passos largos na adoção das medidas previstas na Convenção Quadro e já vemos a diminuição no número de fumantes. Precisamos de alternativas economicamente viáveis para esse produtores”, defendeu.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) já conta com um programa de diversificação de culturas para os produtores de tabaco. Mas, segundo o próprio diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do MDA, Argileu Martins da Silva, os recursos aplicados ainda são pequenos. “O financiamento é pouco por enquanto, até porque o problema ainda não é concreto. Não há previsão para diminuir a demanda por tabaco nos próximos anos”, justificou.

Reportagem – Carolina Pompeu
Edição – Regina Céli Assumpção

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