Direitos Humanos

Relação dos casos de presos políticos a serem julgados na Câmara

17/08/2010 - 15:54  

Conheça os pedidos de indenização que serão julgados amanhã pela Comissão da Anistia do Ministério da Justiça durante o 4º Seminário Latino-Americano de Anistia e Direitos Humanos, promovido pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara:

Herbert José de Souza (Betinho) - Foi um dos fundadores da organização marxista Ação Popular (AP) e um dos símbolos da campanha pela anistia. Natural de Minas Gerais é terceiro filho de oito irmãos. Em 1962, graduou-se em Sociologia e Política e também em Administração Pública na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Minas Gerais. Com o golpe de 64, passou a atuar na resistência contra a ditadura militar, dirigindo organizações de cunho democrático no combate ao regime que se instalava. No começo da década de 70, foi para o exílio. Morou em Santiago, no Chile, depois para o Panamá, Canadá e México. Em 1979, retornou ao País.

Dedicou-se à Coordenação-Geral do Instituto Brasileiro de Análises Sócio-Econômicas (Ibase) e defendeu intensamente o direito à vida e a dignidade dos portadores do HIV/Aids. Hemofílico, contraiu o vírus em uma transfusão de sangue.

Mario Alves de Souza Vieira - Jornalista, diretor do jornal "Momento", dirigiu as publicações "Voz Operária", "Tribunal Popular" e "Novos Rumos". Foi porta-voz do PCB, articulador e fundador do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário. Foi seqüestrado, levado ao DOI-Codi no Rio de Janeiro, torturado. Considerado desaparecido político, de acordo com a Lei 9.140/95, além ser o primeiro preso político a ter a responsabilidade pelo seu desaparecimento imputado ao Estado por meio de Decisão Judicial.

Jeferson Cardim de Alencar Osório - Militar do Exército, foi líder da Operação Três Passos do movimento guerrilheiro no Rio Grande do Sul. Considerado elemento comunista, foi reformado pelo Ato Institucional nº. 1 e condenado a oito anos de prisão em 1964. Teve suspenso seus direitos políticos por dez anos pelo Conselho Especial de Justiça da 5ª Região Militar. Fugiu para o Paraná, e acabou sendo preso. Foi exilado na Embaixada do México de 1968 a 1971, depois foi para o Presídio do Exército em Niterói, em seguida para o Instituto Penal Cândido Mendes, e por último, para o Instituto Penal Hélio Gomes, no Rio de Janeiro. Foi posto em liberdade em 1977.

Jom Tob de Azulay - Ingressou por meio de concurso público no Instituto Rio Branco em 1965, tomou posse no cargo como Terceiro-Secretário em 1967. Sofreu perseguição em seu ambiente de trabalho, compelindo-o a solicitar remoção para o Consulado-Geral em Los Angeles, onde permaneceu até 1974, afastando-se da atividade em 1976.

José Moraes Silva - Camponês, foi perseguido durante a "Guerrilha do Araguaia". Seu pai foi preso pelo Exército e levado a Região de Bacaba, onde permaneceu por muito tempo.

Maria do Socorro - Participou do Movimento Estudantil em Fortaleza, ingressou na Faculdade de Filosofia do Ceará para cursar Letras e pertenceu ao Partido Comunista Brasileiro Revolucionário. Face às perseguições, teve que abandonar a faculdade no 6º semestre e o trabalho como professora de Português no Colégio São José. Mudou-se para Recife e trocou de nome. Foi presa e processada, voltou a sua cidade de origem em 1972, onde foi novamente presa e levada de volta a Fortaleza.

Raul de Carvalho - Escriturário do Banco Lar Brasileiro e preso em 1969. Foi detido por várias vezes junto ao DOI-Codi. Condenado, teve seus direitos políticos suspensos, e cumpriu pena na Ilha Grande (RJ) no período de 1970 a 1972. É filho de Apolônio de Carvalho, que foi preso e banido do País.

Reportagem - Tiago Miranda
Edição – Regina Céli Assumpção

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