Política e Administração Pública

Comissão externa vai acompanhar investigações sobre o apagão

12/11/2009 - 17:16  

O apagão da última terça-feira, que comprometeu o fornecimento de energia elétrica em 18 estados e parte do Distrito Federal, repercute na Câmara. A pedido da Comissão de Minas e Energia, foi criada, nesta quinta, uma comissão externa para acompanhar as investigações sobre as causas do blecaute.

Partidos da oposição também formalizaram pedido de informações por escrito, além da solicitação das presenças na Câmara dos ministros das Minas e Energia, Edison Lobão; e da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Explicação de ministros
Líder do Democratas, Ronaldo Caiado quer esclarecimentos sobre os investimentos do Ministério da Minas e Energia durante as gestões de Dilma Rousseff, Silas Rondeau e Edison Lobão. "Nós apresentaremos requerimentos para convocar a atual ministra da Casa Civil, ex-ministra das Minas e Energia e o atual ministro Edison Lobão. Uma área em que a ministra se diz conhecedora e que tratou, como diz ela, como a menina dos olhos, e nós tivemos um apagão de proporções gravíssimas. Isso é um atestado de incompetência da ministra Dilma Rousseff."

Para o líder do PT, Cândido Vaccarezza (SP), as reais causas do apagão serão conhecidas só depois de um estudo aprofundado em cada parte do sistema. Ele também confirmou a formalização de convite para que o ministro Edison Lobão compareça à Câmara para prestar informações.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Tarifas de Energia Elétrica, Eduardo da Fonte (PP-PE), informou que vai se reunir na terça-feira (17) com os integrantes da CPI para avaliar a situação. O deputado participou ontem de reunião com técnicos do Ministério de Minas e Energia e acredita que a comissão externa deverá ser suficiente para acompanhar as investigações, já que membros da CPI também participam dessa comissão.

Sistema alternativo
O líder do PDT, deputado Dagoberto (BA), também pediu informações por escrito ao Ministério das Minas e Energia. Dagoberto disse ser inaceitável a falha no sistema alternativo a ser acionado no caso de problemas na usina hidrelétrica em Itaipu. "Está havendo um investimento muito grande do Ministério das Minas e Energia e o ministro tem de explicar porque não funcionou esse sistema que garantiria, mesmo com a queda de torres, a energia para todos esses estados."

O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), quer um posicionamento oficial do governo sobre o apagão. Ele observou que a repercussão do episódio no exterior pode prejudicar a imagem do Brasil, que vai sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. "Isso tem impacto porque cria insegurança. O investidor já fica com medo de aplicar recursos. E se ocorrer em um momento de Olimpíada, com transmissão para o mundo inteiro? Claro que é uma preocupação. Isso arranha a imagem do Brasil."

Vaccarezza observou que o problema não é exclusivo do Brasil, já tendo ocorrido em países da Europa, China e Estados Unidos.

O deputado descartou a vulnerabilidade do sistema e disse que o Brasil produz mais energia do que consome e que um terço de toda a infraestrutura de energia do País foi construído nos sete anos do governo Lula.

Cândido Vaccarezza ressaltou que o Brasil não tem problemas de produção nem de distribuição de energia. "Esta queda de energia que houve foi às 10 horas da noite, 3 horas depois já estava tudo resolvido. Acho que para os investidores, para o mundo, está claro que o Brasil está preparado para crescer."

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Reportagem - Idhelene Macedo/ Rádio Câmara
Edição - Regina Céli Assumpção

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