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A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT - RS. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Deputado Gilberto Nascimento, Presidente desta sessão.
Eu quero fazer alguns registros. Primeiro, que a Comissão de Constituição e Justiça está votando o Projeto de Lei nº 490, de 2007, que retira direitos dos povos indígenas em nome da exploração sem limite da terra, da natureza e dos direitos dessa população, que estão previstos na Constituição. É um absurdo o que acontece agora. Mas isso acontece ao mesmo tempo em que 500 mil brasileiros e brasileiras perderam a vida. Muitas dessas vidas poderiam ter sido preservadas se o Governo brasileiro tivesse comprado a vacina.
Agora, nós nos damos conta de uma nova questão: além de não comprar a vacina, além de não ter respondido os e-mails da Pfizer, a procura dos laboratórios internacionais, o Governo superfaturou, através de intermediários, a vacina comprada da Índia. E quem diz isto, fala que denunciou o Presidente Bolsonaro, é o Deputado Luiz Miranda, o Deputado que até apoiou o Presidente Bolsonaro, Presidente a quem eu tenho dificuldade de chamar assim, mas que ocupa aquela cadeira. Pois nós estamos diante de um genocídio e da corrupção.
Peço que este meu pronunciamento seja divulgado no programa A Voz do Brasil porque quero alertar para três aspectos que andam juntos: o negacionismo da ciência, o desmonte da ciência nacional, a propaganda da cloroquina andando junto com isso, cujos laboratórios também ganharam muito - houve interesse comercial em torno disso -; a compra superfaturada, que tem que ser investigada, e a CPI do Senado está investigando, da vacina da Índia e a não resposta aos e-mails dos demais laboratórios; e o terceiro aspecto que vai junto aqui é o genocídio. Genocídio, corrupção e negacionismo, resultado: 500 mil brasileiros e brasileiras mortos.
Eu não posso me calar diante disso. Não sou cúmplice nem da corrução, nem do genocídio, nem do negacionismo contra a ciência. Não sou cúmplice do ataque aos indígenas, às mulheres, às crianças.
Por isso, Presidente Arthur Lira, é sua responsabilidade e obrigação colocar o impeachment, porque o único "sim" que Bolsonaro deve ter é ao impeachment.