CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 203.2019 Hora: 10:44 Fase: BC
Orador: BOHN GASS, PT-RS Data: 06/08/2019

O SR. BOHN GASS (PT - RS. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente. Quero saudá-lo, assim como quero saudar os demais colegas Deputados e falar da gravidade da votação que deverá acontecer nas próximas horas.

A confirmação, em segundo turno, da reforma da Previdência é para tirar direitos do povo. E vou provar como esses direitos estão sendo tirados, no momento em que você vai se aposentar pela idade, e não mais pela sua contribuição. Acontece que o filho do trabalhador que começou a trabalhar aos 16 anos de idade vai chegar aos 65 anos com 49 anos de contribuição. Enquanto isso, o filho do rico, que vai fazer uma ou duas faculdades, que vai fazer intercâmbio no exterior e começar a trabalhar tarde, vai ter a mesma idade para se aposentar. Esta é a crueldade, é a injustiça com o povo trabalhador que recebe até dois salários mínimos: 85% do povo brasileiro! Portanto, os Deputados, ao votarem em segundo turno, estarão confirmando esta crueldade.

E não se mexe nos grandes, nisto não se mexe! Os militares estão fora. O tema do teto já está votado, para ser igual para todos eles, do Executivo, do Legislativo, do Judiciário e do regime geral. Nisto não se mexe! Isso é pura mentira, fake news, para enganar o povo, para tirar direito. Vai-se tirar direito do pobre, que agora só vai se aposentar tarde e não vai chegar a 40 anos de contribuição.

Enganem-se! Com a reforma trabalhista que tirou direitos, ninguém vai chegar a 40 anos de contribuição de carteira assinada. Portanto, não vai se aposentar de forma completa: vai se aposentar mal. E nós vamos ter uma legião de não aposentados ou de aposentados com miserabilidade. Esta confirmação nós não podemos fazer. Por isso, eu vou votar contrariamente à reforma, no segundo turno.

E há algo pior, a pensão. Eu conversei com vários agricultores nesses dias, durante o recesso, em roteiros que nós fizemos. Vejamos o caso de um agricultor. A minha mãe, que está aposentada, com 93 anos de idade, recebe um salário mínimo - não é privilégio um salário mínimo - e recebe a pensão do meu pai, que está falecido, também de um salário mínimo. Não é privilégio! Este salário mínimo, pela nova medida, ela não receberia integralmente. Ela não receberia um salário mínimo da pensão!

Deputados, é tempo de nós revermos a crueldade que nós fizemos com o povo! A reforma não mexe em privilégios e tira direitos.

Portanto, eu votarei contra esta "deforma" da Previdência.