CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 200.2019 Hora: 14:00 Fase: PE
Orador: POMPEO DE MATTOS, PDT-RS Data: 17/07/2019

 O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT - RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, votada em primeiro turno a reforma da Previdência, das dez maldades da reforma do Presidente Bolsonaro, quatro nós conseguimos barrar. Tiramos as partes referentes aos agricultores, aos trabalhadores rurais; ao BPC, recebido pelo idoso pobre; à capitalização, que entregava para os bancos o sistema de previdência; e à desconstitucionalização, que tirava da Constituição o direito dos trabalhadores de se aposentar.
Mas sobraram seis maldades. Essas seis maldades foram aprovadas, mas não com o meu voto, não com o meu apoio. Eu perdi, mas jamais nós do PDT gostaríamos de estar ao lado daqueles que nos venceram, porque aqueles que venceram tiraram dos professores o direito à dignidade de uma aposentadoria; tiraram da viúva e do viúvo o direito de receber com dignidade a aposentadoria; colocaram uma idade para se aposentar de 65 anos, pela hora da morte; estabeleceram um tempo de contribuição de 40 anos, algo inatingível. Eles castigaram de tal sorte os trabalhadores do Regime Geral que 82% da economia trazida pela reforma da Previdência vai sair de quem ganha, em média, na aposentadoria, 1.370 reais, ou seja, os pobres. Eles castigaram os policiais, eles castigaram as pessoas que têm carteira assinada, que pagam o carnê do INSS, que trabalham no comércio, na indústria, nos serviços, o calceteiro, o sapateiro, o guarda noturno, o trabalhador em geral. Esses são os privilegiados? Os professores são os privilegiados? Quem são os privilegiados? Pois foi desses que tiraram 82% da economia da reforma Previdência.
Então, eu perdi, mas tenho orgulho de ter perdido e me envergonharia se estivesse ao lado daqueles que me venceram, porque, esses, ao vencer, receberam benesses na forma de emendas parlamentares, distribuídas à custa do dinheiro e do direito à aposentadoria dos mais pobres, dos mais humildes. E não estão cobrando dos grandes devedores da Previdência: os bancos; a JBS, essa da carne azeda; a Vale, que enterrou um monte de gente viva em Brumadinho. Os grandes passaram leves, livres e soltos, e os pequenos vão pagar essa conta - mas não com o meu apoio, não com o meu voto.
No segundo turno, nós estaremos aqui, de pé trancado, para defender o trabalhador contra esta reforma, que castiga os pequenos e não tira privilégio dos grandes. Estão enganando o cidadão.