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O SR. DARCÍSIO PERONDI (PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Eu vou atender ao apelo dos meus colegas Deputados e vou falar novamente sobre as Santas Casas.
(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)
O SR. DARCÍSIO PERONDI - Sim, são Santas Casas. Mesmo antes do Estado, há 500 anos. A primeira Santa Casa foi a de Santos, depois a de Olinda, depois a do Rio de Janeiro. Quinhentos anos! Não eram estatais. Era dedicação, voluntariado. As Santas Casas foram precursoras do ensino médico, precursoras da universidade.
O regime militar de Portugal acabou com as Santas Casas. Na Espanha deu-se o mesmo. Mas as nossas subsistem.
Santas Casas, repito, hospitais de beneficência, hospitais de caridade, hospitais evangélicos, hospitais religiosos.
Só que empresa nenhuma consegue sobreviver vendendo por 65 um produto que custa 100. Essa empresa quebra. É isso que ocorre com as Santas Casas, que prestam 52% dos serviços oferecidos pelo SUS, pelo Governo - Municípios, Municípios e União.
Isso precisa ser resolvido. Eu vejo tanta discussão sobre a desindustrialização, que é séria no País. Não se consegue aumentar a produtividade. O produto brasileiro nosso está caro lá fora, há uma crise na indústria. O Governo, preocupado, faz muitos pacotes - não vou discutir o mérito -, reduz os juros, mas não olha para uma crise real. O Estado existe em função das pessoas, meus caros Deputados, minhas queridas Deputadas e meu caro Presidente Marco Maia! Em função das pessoas!
E as pessoas precisam ter saúde e educação. Aí vejo que o Governo está abrindo concorrência para o projeto internacional do trem-bala. É prioridade? Será que é? Nosso Governo tem que tomar uma atitude. Hoje os Deputados Federais de todos os partidos, além dos da base, que possui mais Deputados, dizem em uma voz só: "Queremos solução".
O Ministro Padilha é esforçado, gentil, trabalhador, trabalha 30 horas por dia. Mas do outro lado da Esplanada há dois algozes da Saúde: Arno Augustin, Secretário do Tesouro, e o Ministro Guido Mantega, que não consegue enxergar que saúde gera emprego também, põe dinheiro na economia até para aumentar o PIB.
Mas o PIB principal é o da saúde, é o da felicidade. E aí temos que cuidar do SUS como um todo. O Presidente Marco Maia pode, sim, criar a Comissão Especial para nós discutirmos o percentual de 10% do PIB para a saúde, porque já existem dois projetos.
Muito obrigado.