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O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu acredito já ter havido tempo para todos acessarem e passarem a conhecer a dimensão da vaia recebida pelo Presidente da República no Maracanã. Como dizia Brizola, foi uma vaia rotunda.
Agora, além da covardia que essa reforma da Previdência representa, uma covardia contra a classe trabalhadora, uma covardia contra a quase totalidade dos servidores, para perpetrar essa covardia, o que faz o Governo? Primeiro, contempla, numa votação indecente, o agronegócio exportador. Depois, privilegia, em outra manobra igualmente indecente, um conjunto de igrejas evangélicas, abrindo mão de recursos públicos. É preciso denunciar isso. Em relação ao agronegócio exportador, foram, na calada da noite, 84 bilhões. Agora, outra denúncia compromete a base de sustentação do Governo.
Então cada um vai votar recebendo milhões em emendas parlamentares para enganar seus eleitores nos respectivos redutos, levando o quê? Ambulâncias, pavimentação de vias, mas aqui traindo a classe trabalhadora, os servidores públicos, votando a favor de uma reforma que representa um verdadeiro crime contra os menos favorecidos?
Eu quero que aqueles que defendem a reforma digam, por convicção: "Eu votei por esta reforma e abri mão das emendas parlamentares. Eu votei por esta reforma, e não aprovei e vou votar contra, vou votar pela supressão do benefício ao agronegócio exportador. Eu votei por essa reforma e entendo que o País precisa de recursos e não pode ficar fazendo favores fiscais, nem para as igrejas". Se assim for, eu vou ver sinceridade.
Aqui a base do Governo afirma a mentira. Esta reforma não tem a possibilidade de contribuir para qualquer modelo de desenvolvimento. Aqui aqueles que acompanharem o Presidente da República em qualquer ato externo serão igualmente vaiados. O povo já compreendeu o que significa esta reforma.
Não há, Sr. Presidente, nenhuma entidade representativa do servidor público, de qualquer ente federativo, como não há nenhum sindicato, nenhuma representação de qualquer categoria profissional que se manifeste favoravelmente a esta reforma.
Portanto, este é o único voto que pode ser dado aqui em resposta a esse Governo de traição nacional, em vista das privatizações que vem fazendo, como o desmonte da PETROBRAS.
Este Governo que aí está praticou o maior estelionato eleitoral das últimas décadas, porque mentiu ao povo! Agora é denunciado na área da segurança como traidor, mas traidor de todo o povo brasileiro.
Votamos "não".
O PDT vota "não" a esta reforma.