CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 164.3.51.O Hora: 13:28 Fase: PE
Orador: JAIR BOLSONARO, PPB-RJ Data: 06/09/2001

O SR. JAIR BOLSONARO (PPB-RJ. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, ontem, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, ocorreu um episódio que considero o mais vergonhoso que já houve nesta Casa. Tivemos lá a presença de um cidadão de nome Geraldo Quintão que, por uma questão politiqueira, foi alçado à condição de Ministro da Defesa.

Dos mais de trinta Parlamentares presentes, nenhum foi favorável à convalidação desse acordo pela nossa Comissão, e o Sr. Geraldo Quintão sustentou o tempo todo a posição, própria do seu Governo e do governo americano, de que deveríamos abrir mão de parte da nossa soberania para ganharmos alguns milhões de dólares por ano, não alugando o Centro de Lançamento de Alcântara, mas, na verdade, alienando-o.

Sabemos, Sr. Presidente, que a criação do Ministério da Defesa foi uma imposição norte-americana. Dando um passo mais avante, também foi uma imposição americana o perfil do brasileiro que ocuparia o Ministério da Defesa,    e o perfil do Dr. Geraldo Quintão é nota dez para os interesses americanos. Foi um reles advogado de banqueiro durante 38 anos, um homem acostumado a advogar para tirar dinheiro dos pobres e enriquecer banqueiros. Esse é o perfil, de forma bastante reduzida, do passado podre e negro de sua vida. Como prova disso, quando aceitou passar uma pequena parcela do reajuste dos salários dos militares de 2002 para 2003, para atender imposições do Fundo Monetário Internacional, tirou também o pão da boca do filho do sargento.

Sr. Presidente, a criação do Ministério da Defesa serviu para retirar os militares da mesa política brasileira. O Sr. Geraldo Quintão acusou-me de usar da imunidade parlamentar para ofendê-lo. Não o ofendi, apenas falei a verdade. Alguns aqui usam indevidamente a imunidade parlamentar, sim; eu a uso para emitir opiniões e votar nesta Casa, e não abro mão dessa imunidade. Por acaso ele queria que um sargento saísse do quartel e fosse chamá-lo de incompetente e covarde? Porque é isso que ele é! Logicamente ia mandar covardemente prender e expulsar o sargento das fileiras do Exército. Ou será ele queria que um coronel da reserva ou um comandante de força dissessem que ele estava errado? Ele ia simplesmente providenciar a exoneração desse comandante de força.

É triste, Sr. Presidente. O Ministério da Defesa, em qualquer país sério do mundo, deveria ser o mais prestigiado de todos e deveria ser tratado com o maior carinho. Para administrar esse Ministério deveria ser escolhido um homem político, de caráter e de passado, com conhecimento da vida militar. Mas, não, foi escolhido um homem chamado Geraldo Quintão, advogado de banqueiro, que não conhece a vida militar,    não sabe a diferença entre um penico e um capacete. Geraldo Quintão é um sabujo de Fernando Henrique Cardoso e dos interesses americanos, com esse posicionamento de querer alienar o Centro de Lançamento de Alcântara.

O que leva um advogado de banqueiro, acostumado a roubar pobre e, agora,    a roubar militar, a aceitar esse Ministério? O que o levou a aceitar ser Ministro da Defesa? Ele não tem vergonha na cara? O Brasil é um País sério. Não merece ter um impostor como V.Exa., à frente desse Ministério.

Para concluir, vou ler uma frase de George Washington, se é que o Ministro sabe de quem se trata.

Deveis ter sempre em vista que é loucura esperar uma nação favores desinteressados de outra e que tudo quanto uma nação recebe como favor terá de pagar, mais tarde, como uma parte de sua independência.

Não pode haver maior erro do que esperar favores reais de uma nação a outra.

Geraldo Quintão, tenho até vergonha de falar seu nome. Geraldo "apagadão", espero vê-lo o mais rápido possível fora do Ministério da Defesa.

(Texto escoimado de expressões anti-regimentais, conforme art. 17, inciso V, alínea "b", do Regimento Interno.)