CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

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Sessão: 312.3.54.O Hora: 15:18 Fase: BC
Orador: MIRIQUINHO BATISTA, PT-PA Data: 09/10/2013

O SR. MIRIQUINHO BATISTA (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vou reiterar o convite que já fiz a todos os Parlamentares, aos servidores desta Casa, a todo o povo brasileiro para a grande festa de fé, a grande festa religiosa do Estado do Pará, que é o Círio de Nossa Senhora de Nazaré.

Trata-se de uma festa que une mais de 4 milhões de pessoas ao longo de todo o seu percurso. É uma festa em que o povo paraense tem na Virgem de Nazaré toda a sua devoção, todo o seu amor, todo o seu carinho. É uma festa que ocorre não apenas nos 15 dias, mas muito antes do Círio do Domingo, no dia 13, em que a Virgem de Nazaré visita as comunidades, as igrejas de Belém, os Estados e, inclusive, Brasília. Então, é uma visita constante.

Nesta semana, a procissão começa na sexta-feira, indo até o Município de Ananindeua e o Município de Marituba. Depois, no sábado pela manhã, vai até o Distrito de Icoaraci, onde começa a Romaria Fluvial. Ainda no sábado, ao chegar a Belém, há a Motorromaria e, à noite, a Transladação. No domingo, ocorre a Grande Procissão do Círio, encerrando-se 15 dias após, com o Recírio.

Então, são 15 dias em que o Pará está junto com a Virgem de Nazaré, a Padroeira do povo paraense, que também a ele sempre esteve junto. É uma história, pois são 221 anos do Círio de Nossa Senhora de Nazaré.

Portanto, este é um momento muito importante para o povo paraense e para o povo católico; é um momento em que todos os paraenses abrem a sua casa para receber aqueles que os visitam e para dar, inclusive, conforto e orientação.

Nós estamos recebendo toda a população brasileira que possa se deslocar até Belém para receber as bênçãos de Nossa Senhora de Nazaré no dia 13, quando será realizada a Grande Procissão do Círio, um momento de confraternização religiosa do Pará e de devoção a Nossa Senhora de Nazaré, Padroeira de todo o povo paraense.

Era isso o que eu gostaria de registrar. Dou como lido o meu pronunciamento como um todo.

O SR. PRESIDENTE (Marçal Filho) - Parabéns, Deputado Miriquinho Batista, pelo pronunciamento! E parabéns ao povo paraense pela festa que é tradicional e conhecida em todo o Brasil.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Senhoras e Senhores membros da Mesa e demais presentes neste plenário, boa tarde! Boa tarde aos que nos assistem pela TV ou Internet e todos aqueles que nos escutam.

Senhoras e Senhores, peço que este registro conste nos Anais desta Casa, e que se dê publicidade no jornal impresso, na rádio, no site da Câmara e no programa A Voz do Brasil.

Venho aqui registrar que hoje, dia 9/10, a partir das 8h, na Capela Bom Pastor, no Centro Social de Nazaré, foi dado início à Vigília de Adoração ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia. A Vigília terminará na sexta-feira, dia 11/10, antes da saída do Traslado para Ananindeua e Marituba.

Para tanto convido meus nobres pares, os demais presentes, os que nos escutam ou assistem, para participar da maior manifestação religiosa católica do Brasil e do maior evento religioso do mundo. São cerca de 6 milhões de pessoas em todos os cultos e procissões. Convido a todos para Círio de Nazaré, em devoção a Nossa Senhora de Nazaré, que será realizado no próximo domingo, dia 14 de outubro.

Estudiosos consideram o Círio de Nazaré, em Belém do Pará, como sendo a maior manifestação religiosa do planeta, pois consegue congregar mais de 2 milhões de pessoas em uma só manhã.

O Círio de Nazaré é celebrado em Portugal no dia 8 de setembro, na Vila da Nazaré, desde 1793.

Em Belém do Pará, o Círio foi instituído em 1793 e é celebrado anualmente, no segundo domingo de outubro.

Até 1882, a procissão saía do Palácio do Governo. Em 1882, o bispo Dom Macedo Costa, em acordo com o Presidente da Província, Dr. Justino Carneiro, instituiu que a partida do Círio seria da Catedral da Sé, em Belém.

Outras regiões, devido à migração de paraenses, acabaram criando procissões, para estarem mais próximos de Belém, mesmo que só pelo ato de fé.

O termo "Círio" tem origem na palavra latina "Cereus", que significa vela grande. No Brasil, no início era uma romaria vespertina, e até mesmo noturna, e daí o uso de velas. No ano de 1854, para evitar a repetição da chuva torrencial como a que havia caído no ano anterior, a procissão passou a ser realizada de manhã.

Segundo a Lenda da Nazaré, a antiquíssima imagem da Virgem teve origem em Nazaré, na Galileia, e representa a Virgem Maria sentada, de cor escura, tendo no seu colo o Menino Jesus, ao qual amamenta. A estátua, entalhada em madeira e identificada como original dos primeiros séculos do cristianismo, percorreu a cristandade desde Nazaré (Israel), passando por Mérida (Espanha), até surgir no ano de 711 em Nazaré (Portugal).

No século XII, ela se tornou símbolo de fé do cavaleiro D. Fuas Roupinho, o qual mandou erigir a Capela da Memória em agradecimento à Virgem (1182), após milagrosamente ter-se salvo de um acidente fatal quando, montado a cavalo, perseguia um cervo. A capela foi erigida sobre uma gruta onde estava a sagrada imagem. Em 1377 o rei D. Fernando (1367-1383) fundou um templo maior, o Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, para onde transferiu a imagem.

Desde então, a 8 de setembro, anualmente, os portugueses se reúnem no Sítio da Nazaré para reverenciar Nossa Senhora da Nazaré. A principal romaria, o Círio da Prata Grande, vem anualmente do Concelho de Mafra e transporta, numa berlinda, uma imagem de Nossa Senhora da Nazaré, que não é uma réplica da verdadeira imagem, pois esta está sentada e a imagem do Círio está de pé, existindo ainda outras diferenças. A imagem de Nossa Senhora da Nazaré venerada no Brasil, em Belém, é semelhante à imagem de Nossa Senhora da Nazaré do principal Círio português.

No Pará, a introdução da devoção à Senhora da Nazaré foi feita pelos padres jesuítas, no século XVII. Embora o culto tenha se iniciado na povoação da Vigia, a tradição mais conhecida relata que, em 1700, Plácido, um caboclo, descendente de portugueses e de índios, andava pelas imediações do igarapé Murutucu (área correspondente, hoje, aos fundos da Basílica), quando encontrou uma pequena estátua de Nossa Senhora da Nazaré. Essa imagem, réplica de outra que se encontra em Portugal, entalhada em madeira com aproximadamente 28cm de altura, encontrava-se entre pedras lodosas e bastante deteriorada pelo tempo e pelos elementos. Plácido levou a imagem consigo para casa, onde, tendo-a limpado, improvisou um altar.

De acordo com a tradição local, a imagem retornou ao lugar do achado por diversas ocasiões, até que, interpretando o fato como um sinal divino, o caboclo decidiu erguer às próprias custas uma pequena ermida no local, como sinal de devoção. A divulgação do milagre da imagem santa atraiu a atenção dos habitantes da região, que passaram a acorrer à capela, para render-lhe homenagem.

O então governador da Capitania, Francisco da Silva Coutinho, também foi atraído à época, tendo determinado a remoção da imagem para a Capela do Palácio da Cidade, em Belém. Não obstante ser mantida sob a guarda do Palácio, a imagem novamente desapareceu, para ressurgir em seu nicho na capela.

Assim a devoção adquiriu caráter oficial, erguendo-se atualmente, no lugar da primitiva ermida, uma capela, hoje a suntuosa Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. Em 1773 o bispo do Pará, Dom João Evangelista, colocou a cidade de Belém sob a proteção de Nossa Senhora de Nazaré.

Em 1774 a imagem foi enviada a Portugal, onde foi submetida a uma completa restauração. O seu retorno ocorreu em outubro desse mesmo ano, tendo a imagem sido transportada, do porto até ao santuário, pelos fiéis em romaria, acompanhada pelo Governador, pelo Bispo e pelas demais autoridades, civis e eclesiásticas, escoltadas pela tropa. Este foi considerado o primeiro Círio.

Entre os milagres mais expressivos atribuídos à imagem de Belém, encontra-se o que envolveu os passageiros do brigue português São João Batista. Partindo de Belém rumo a Lisboa, no dia 11 de Julho de 1846, a embarcação de dois mastros à vela veio a naufragar decorridos poucos dias da partida, sendo os passageiros salvos por um bote que os conduziu de volta a Belém.

Este brigue seria a mesma embarcação que, anos antes (1774), havia transportado à imagem de Nossa Senhora de Nazaré a Lisboa, para ser restaurada; o bote que salvou os náufragos também seria o mesmo que tinha levado a imagem até ao brigue ancorado no porto de Belém. O bote passou a acompanhar a procissão a partir do ano de 1885.

Apesar de o Círio de Nazaré de Belém do Pará ser o mais conhecido no Brasil, o Círio mais antigo do Brasil data de 8 de setembro 1630, na cidade de Saquarema no Estado do Rio de Janeiro. Após noite tempestuosa a miraculosa imagem de Nossa Senhora de Nazareth foi encontrada por pescadores nos penedos que separam o mar da lagoa onde hoje se encontra a Igreja Matriz. Segundo a lenda, a imagem sempre retornava aos penedos, onde foi encontrada, e por este motivo os religiosos da época, acreditando ser um sinal dos céus, resolveram dar início à construção de, primeiramente, uma capela, que mais tarde deu lugar ao templo atual. O reconhecimento do Círio de Saquarema como o mais antigo do Brasil se deu com a visita da imagem peregrina de Belém, em 23 de setembro de 2009.

As manifestações de devoção estendem-se por 15 dias, durante a chamada Quadra Nazarena. Entre os pontos altos dessa manifestação, destacam-se:

- Traslado de Nossa Senhora;

- Romaria Rodoviária;

- Moto-Romaria;

- Trasladação;

- Procissão do Círio; e o

- Recírio.

No ano passado, a procissão foi realizada no dia 14 de outubro. Para este ano, na 221º, edição, a estimativa é de que participem cerca de 3 milhões de pessoas. Convido o Sr. Presidente da Casa e todas as Senhoras e Senhores para este Ato de Fé e de agradecimento a Deus por ter enviado o seu Filho Cristo Jesus para o sacrifício e a purificação de nossos pecados.

Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.