CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Com redação final
Sessão: 029.5.52.E Hora: 09:28 Fase: BC
Orador: JAIR BOLSONARO, PP-RJ Data: 09/02/2006

O SR. JAIR BOLSONARO (PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta Casa transmite à sociedade a idéia de que defendemos apenas direitos para todos. É verdade, poucos são os que falam em deveres. Se há uma enchente na Capital do meu Estado, a culpa pelas conseqüências recai sobre o Prefeito, ninguém se lembra de responsabilizar parte considerável de população que joga nos rios e riachos sofás, geladeiras, cadeiras, carcaças de carros etc.

Criticam os Parlamentares pelos gastos de campanha, mas se esquecem de que parte também considerável da população, ao aceitar fazer a boca de urna - logicamente vendendo o seu voto -, está contribuindo negativamente para a qualidade dos políticos eleitos e, conseqüentemente, para o que se produz nesta Casa.

Sr. Presidente, outro assunto bastante importante é tema de uma matéria publicada na edição desta semana da revista Veja, intitulada Tem gente demais. Trata-se da entrevista do demógrafo americano Paul Ehrlich sobre a bomba-relógio armada sob o mundo.

Uma pergunta da entrevistadora brasileira, preocupa-me bastante, e acho que também a ela: "Historicamente, um dos efeitos da superpopulação são as guerras pelo 'espaço vital'. Esse risco está crescendo atualmente?" Ao que o entrevistado responde: "A experiência mostra que existe uma relação direta entre a explosão demográfica e o acirramento da política externa dos países. Isso acontece por uma razão simples. As nações se vêem forçadas a entrar em guerra com outras para garantir recursos naturais que, com o atual contingente, são cada vez mais escassos".

Voltemos nossa atenção para a Amazônia. Alguns sempre criticam os militares pelas nossas posições contrárias às demarcações de terras indígenas, que hoje representam 12% do território nacional, uma área maior que a da Região Sudeste - Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro - para aproximadamente 400 mil índios. Mas o que reserva essa área especial, grande parte dela demarcada na Amazônia? Ora, recursos minerais, já escassos para atender as necessidades da população mundial, em especial do Primeiro Mundo, como água potável, biodiversidade, gás e aquele que parece ser o menos importante, mas a meu ver é importantíssimo, os espaços vazios.

Países superpopulosos como a China e a Índia, que abrigam 2,4 bilhões de habitantes, não estão conseguindo conter seu crescimento populacional e estudam há anos uma maneira de alocar esse excedente de pessoas. A Amazônia sempre esteve na mesa dos chefes desses países, e nossas Forças Armadas não estão suficientemente preparadas para conter uma possível invasão do nosso território.

Agora voltemos nossos olhos para o crescimento populacional no Brasil. Alguns dados assustam.

Em 1970, éramos 90 milhões de habitantes. Hoje nossa população bate a casa dos 180 milhões. A população brasileira cresceu de forma assustadora, assim como a massa de miseráveis.

Sabemos que essa é uma responsabilidade de todos os governos - mas especialmente deste -, e uma massa de miseráveis com título de eleitor na mão facilita a perpetuação deste grupo no poder.

O pessoal da esquerda está sorrindo, Sr. Presidente, mas o que estou dizendo aconteceu em Cuba e na China, por exemplo. Muitos só chegaram ao poder enganando o povo, como está provado fez o PT durante 20 anos - e agora estudam uma maneira de manter a conquista.

Sr. Presidente, o número de partos no Brasil chega a 1.700 por dia, só de mães entre 10 a 19 anos, sinal de que a política do Governo não está atingindo seu objetivo. A mesma edição da revista Veja noticia, curiosamente, que são 2,7 milhões por ano os partos na rede pública, o que faz nossa população crescer mais de 3 milhões de habitantes por ano. Esse é um fato assustador. Quanto mais eleitores pobres e miseráveis, mais fácil para o PT continuar no poder.

Tenho uma proposta de emenda à Constituição que trata da liberação da laqueadura e da vasectomia para os maiores de 21 anos. Hoje em dia, se feitos em quem não tem no mínimo 3 filhos ou não seja maior de 25 anos, esses procedimentos se constituem crime de mutilação.

Ou começamos a discutir esse assunto com seriedade, ou a bomba-relógio vai acabar explodindo muito brevemente.