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CÂMARA DOS DEPUTADOS |
COMISSÃO
DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E CONTROLE
55ª Legislatura – 2ª Sessão
Legislativa Ordinária
ATA DA 25ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DE AUDIÊNCIA
PÚBLICA
REALIZADA EM 14 DE DEZEMBRO DE
2016
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Às onze horas e
vinte e seis minutos do dia quatorze de dezembro de dois mil e dezesseis,
reuniu-se a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, no Anexo II,
Plenário 9 da Câmara dos Deputados, com a presença dos senhores deputados
membros: Leo de Brito (Presidente), Paulão (Primeiro Vice-Presidente) e
Adelmo Carneiro Leão; dos senhores deputados suplentes Heitor Schuch,
Izalci Lucas e Jorge Solla; dos senhores deputados não membros Carlos
Henrique Gaguim, Eduardo Bolsonaro, Evair Vieira de Melo, Janete
Capiberibe, Julio Lopes, Marcelo Aro, Pedro Cunha Lima, Rafael Motta,
Rômulo Gouveia, Shéridan, Tenente Lúcio e Weliton Prado; dos convidados:
André Luiz Ferreira Marques – Diretor do Centro Tecnológico da Marinha em
São Paulo e do Senhor Renato Batista de Melo – Secretário da Comissão
Interministerial para os Recursos do Mar . ABERTURA: o senhor
Presidente em exercício, Deputado Paulão, declarou aberta a reunião de
Audiência Pública destinada à apresentação do Programa Nuclear Brasileiro
e dos programas Amazônia Azul e PROANTAR, esclareceu que a audiência teve
como amparo regimental a aprovação do Requerimento nº 218/2016, de autoria
do Deputado Sibá Machado, licenciado para exercer cargo de Secretário
Estadual no Governo do Acre, cumprimentando e agradecendo a presença dos
convidados palestrantes. Em seguida convidou o Contra-Almirante André Luiz
Ferreira Marques para tomar assento à mesa, em seguida convidou o
Contra-Almirante Renato Batista de Melo para compor a mesa. O presidente
fez alguns esclarecimentos sobre a dinâmica da audiência, com base no
Regimento Interno da Câmara, e em seguida concedeu a palavra ao
Contra-Almirante André Luiz Ferreira Marques, o qual iniciou sua exposição
sobre o Programa Nuclear Brasileiro, tema relacionado à segurança
energética do Brasil, e que nosso país, juntamente com a Rússia e os
Estados Unidos da América são os únicos países que têm material e
tecnologia para efetivar todo o ciclo do processamento nuclear. Destacou
que o Brasil ratifica o emprego pacífico da energia nuclear, e no caso
específico da Marinha, o objetivo central é o submarino com propulsão
nuclear. Afirmou também que, em termos de uso do que o país tem, o Brasil
está pronto para salvaguardar o que as gerações futuras necessitam, dentro
do enfoque da segurança energética, da segurança alimentícia e da
segurança hídrica; e que o Programa Nuclear desenvolvido pela Marinha
deverá garantir este objetivo. Em seguida descreveu, suscintamente,quais
são os agentes do Programa Nuclear: as Indústrias Nucleares do Brasil
cuidam do processo de mineração e produção de combustível, também a cargo
da Marinha que enriquece o urânio a 20% - para produção de radiofármacos;
a Eletronuclear com as usinas
de Angra e o laboratório Labgene (em construção) em Aramar cuidam dos
projetos, construção e operação de reatores nucleares. E a CNEN – Comissão
Nacional de Energia Nuclear está empenhada no projeto do reator
multipropósito brasileiro, de grande importância em aplicações médicas
(produção de radiofármacos); diversas universidades, entre elas, a UERJ,
USP, Instituto Militar de Engenharia, o Centro de Aramar e a própria
Eletronuclear em Angra dos Reis cuidam da capacitação de pessoal, fator
essencial ao sucesso do programa; a política de licenciamento e
salvaguardas fica a cargo da autoridade nacional, a CNEN – Comissão
Nacional de Energia Nuclear. O Contra-Almirante destacou que, dessa forma,
o Brasil tem um programa de
defesa nuclear submetido a uma autoridade civil, o que demonstra o
amadurecimento das instituições e alta responsabilidade técnica e
política. O Programa Nuclear da Marinha (PNM) tem cinco tarefas:
pesquisar, desenvolver, implantar, operar e manter toda a infraestrutura,
o ciclo do combustível nuclear e os reatores do tipo PWR – Pressurized Water Reactor,
incluindo-se o processo de descomissionamento, que ocorre quando o reator
deixa de operar, destacando-se a preocupação com o meio-ambiente, uma vez
que o licenciamento depende da CNEN e do Ibama. Informou que sob o aspecto
orçamentário, a Marinha do Brasil inscreve dentro do Plano Plurianual –
PPA, o objetivo 1119 (Ação Orçamentário 14T7) um valor da ordem de 6 bilhões de
reais, até o ano de 2030. Quanto ao enlace do Programa Nuclear da Marinha
com outros setores industriais: setor Eletronuclear, com o Instituto
Nuclear Brasileiro, com o setor hidrelétrico, tecnologia de posicionamento
de plataformas para a Petrobras, e com a construção da nova estação da
Amazul – Arquipélago de São Pedro e São Paulo. O PNM tem como preocupação
central o motor do navio, desenvolvendo, em Aramar, o reator do submarino, as turbinas
de vapor, o motor elétrico. A título de ilustração, esse motor seria
equivalente a 650(seiscentos e cinquenta) carros de 100 HP. Em termos de
energia, um reator deste poderia atender a uma cidade com população entre
20 e 30 mil habitantes. Esta também seria uma fonte energética alternativa
para salvaguardar gerações futuras. O Programa de Desenvolvimento de
Submarinos – Prosub – tem uma forte parceria com a Nuclep – Nuclebrás
Equipamentos Pesados – subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e
Inovação, visando a construção do submarino nuclear. Dentro do cronograma,
a previsão para início do comissionamento (propulsão do submarino) é o ano
de 2020. O submarino nuclear seria testado em outra fase, a partir de
2025. No início deste mês foi inaugurada em Aramar uma cascata para
enriquecimento de urânio voltada para o reator multipropósito (aplicações
diversas), com aporte de recursos oriundos da FINEP. Ao concluir o
Contra-Almirante destacou que o foco do Programa Nuclear da Marinha é o
protótipo do submarino em terra, voltado para o Prosub, que tem como
objetivo: quatro submarinos convencionais e um nuclear. Destacou a
importância de ter como uma das alternativas para o Brasil, a utilização
da energia nuclear, principalmente para pesquisa e aplicações na área da
saúde. Frisou também a necessidade de reforço financeiro para aumentar os
investimentos visando fortalecimento da capacidade de exportação do
combustível nuclear, mudando paradigmas, passando a exportar o minério
processado. Em seguida o Deputado Paulão convidou o Contra-Almirante
Renato Batista de Melo, Secretário da CIRM - Comissão Interministerial
para os Recursos do Mar, que foi criada em 1974, e hoje é constituída por
16 órgãos integrantes, coordenada pelo Comandante da Marinha. Para
auxiliá-lo foi criada, em 1979, a SECIRM, que também é responsável pela
coordenação do programa PROANTAR.
As principais diretrizes da CIRM são: a Política Marítima Nacional,
Política Nacional para os Recursos do Mar, Política Nacional para Recursos
Antárticos e a Política Nacional para o Meio Ambiente. Em seguida passou a
discorrer sobre o PROANTAR, criado em 1982, o quel tem por objetivo a
promoção de pesquisa científica diversificada e de alta qualidade na
região antártica. Em 1982 a Marinha organizou a primeira expedição à
Antártica, o que possibilitou que o Brasil fosse aceito como membro do
Tratado da Antártica em 1983. No ano seguinte, em 1984, foi inaugurada a
Estação Antártica Comandante Ferraz. O primeiro navio utilizado para apoio
oceanográfico foi o Barão de Tefé. Foi ressaltada a importância da
continuidade do Brasil enquanto membro consultivo do Tratado da Antártica,
dada sua relevância no contexto geopolítico. O programa constitui-se de
três vetores: o grupo de avaliação ambiental, coordenado pelo Ministério
do Meio Ambiente, que acompanha o cumprimento das recomendações do
Protocolo de Madri; o grupo de assessoramento, responsável pela seleção e
acompanhamento dos projetos de pesquisa, coordenado pelo Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação; e o grupo de operações, responsável pelo
planejamento e execução das operações sob aspecto logístico. Os principais
parceiros do PROANTAR seriam: a Força Aérea Brasileira, que realiza dez
voos por ano, utilizando a aeronave C-130 para transporte de pessoal e
material; a Petrobras, parceira desde 1982, que desenvolve e fornece
combustível para os navios, aeronaves e especialmente para a Estação
Antártica, produzindo um combustível específico , o “Gasoil Artic” ; outra parceira é a
empresa de telefonia “ Oi “ , que montou um posto próximo à estação, e
provê serviços de internet, sinal de TV, telefonia celular e telefonia
fixa; a Fundação Universidade do Rio Grande do Sul – FURG, presta apoio
logístico em pesquisa e fornecimento de vestimenta e suprimento de
material à estação Comandante Ferraz; outra importante cooperação é
mantida com a Força Aérea Chilena que permite a utilização da Base Aérea
Eduardo Frei Montalva, situada ao sul da ilha “King George”, próxima à estação
brasileira, como ponto de apoio estratégico para acesso à estação. Quanto
à modalidade das pesquisas realizadas, elas podem acontecer com a equipe
embarcada ou em solo antártico, em acampamentos. As operações – OPERANTAR
– acontecem em duas distintas fases: Verão Antártico (entre outubro e
março) é a fase com grande movimentação logística, de material e de
pessoal, pois permite a chegada das embarcações e dos voos, e o Inverno
Antártico (entre março e outubro), quando o fluxo é bastante reduzido. As
operações levam sempre em conta os fatores limitadores, principalmente as
condições climáticas e as vagas para ancoragem das embarcações, o que
limita o atendimento à demanda dos pesquisadores. Cada OPERANTAR implica
em um grande esforço logístico e um alto investimento para manutenção,
chegando em média a um valor de R$30 milhões anuais para preparação dos
navios e helicópteros utilizados, e conta com apoio das estações de apoio
antártico ESANTAR-RJ e ESANTAR-RS. Atualmente está em curso a OPERANTAR
XXXV, iniciada em outubro último e que deverá findar-se em setembro de
2017, com previsão de um total de dez voos de apoio logístico. Informou
que durante o inverno o abastecimento da estação é feito por lançamento de
carga com pára-quedas, devido à dificuldade de pouso das aeronaves. Em
seguida passou a discorrer sobre a reconstrução da Estação Comandante
Ferraz, que foi incendiada em fevereiro de 2012, e que já foi totalmente
removida, e hoje o grupo base (que permanece guarnecendo a estação) habita
os módulos antárticos emergenciais, que foram montados na área do antigo
heliporto. Foi mostrada uma projeção de como serão as futuras instalações
da Estação Comandante Ferraz, que está sendo construída por uma empresa
chinesa, e tem previsão para conclusão da montagem no final de 2017. O
Contra-Almirante expôs um quadro comparativo dos recursos orçamentários
previstos e os efetivamente recebidos, nos últimos sete anos, destacando a
grande defasagem registrada em 2015 e 2016. Em 2016 o projeto recebeu
recursos da ordem de R$30 milhões, subdivididos entre recursos oriundos da
Marinha do Brasil, das emendas parlamentares, e a terceira fonte é um
crédito específico direcionado para a reconstrução da Estação Comandante
Ferraz. Destacou a importância de aumentar o aporte proveniente das
emendas parlamentares, como um diferencial muito importante para o
cumprimento das metas e cronograma estabelecidos. Em seguida, passou a
discorrer sobre o LEPLAC – Levantamento da Plataforma Continental,
iniciado em 1987. Conforme determinação legal, cada país tem o direito de
estabelecer uma zona econômica exclusiva até a uma distância de 200
milhas, podendo estender até 350 milhas náuticas, desde que o país
comprove perante a Comissão de Limites da Plataforma Continental da
Organização das Nações Unidas – ONU. A primeira proposta foi apresentada
em 2004. Depois de alguns anos de consultas e interação com a ONU, chegou-se a
uma significativa alteração das águas jurisdicionais do Brasil, tendo
alterado de 3.500.000 Km2 para algo muito próximo de 4.500.000 Km2. Um
aumento muito próximo da extensão da região Amazônica, motivo pelo qual o
uso da expressão Amazônia Azul, além do incremento de recursos e riquezas
que compõem a área da nova plataforma. A Amazônia Azul tem quatro
importantes vertentes: a econômica, a ambiental, a científica e a vertente
da soberania. A Comissão Interministerial de Recursos do Mar desenvolve
diversos programas nesta área, quais sejam: REMPLAC, REVIMAR, BIOMAR,
PROMAR, PROARQUIPÉLAGO, PROTRINDADE, GOOSBRASIL e LEPLAC. Em seguida o
Deputado Paulão destacou a importância do tema tratado na audiência,
estratégico para nosso país e também para a América do Sul, e concedeu a
palavra à Deputada Janete Capiberibe, que relatou ter participado de um
dos voos até a região Antártica. Agradeceu à Marinha do Brasil, pois a
visita propiciou que aprofundasse seu conhecimento do trabalho de pesquisa
mantido pelo Governo brasileiro, embora não tenha chegado até a Estação
Comandante Ferraz, devido às condições climáticas adversas. Frisou a
importância de cada parlamentar programar uma visita à Antártica, para
conhecer o programa brasileiro e compreender a necessidade de apoio à
demanda orçamentária. A deputada registrou que o programa Proantar é um
projeto de ponta, e indagou qual seria o percentual de recursos recebidos
do Fundo da Marinha Mercante (hoje da ordem de R$3 bilhões). Colocou-se
também à disposição da Marinha do Brasil para ajudar a divulgar e dar
visibilidade ao projeto, e comprometeu-se, também, a apresentar emenda
individual, que destine recursos ao Proantar em 2018. Em seguida o
Deputado Paulão destacou alguns tópicos entre os que foram apresentados
pelos dois expositores: a importância da sinergia observada entre os
diversos órgãos e ministérios responsáveis pelo projeto nuclear
brasileiro, e também entre as instituições militares e um ministro civil,
que hoje ocupa a pasta da Defesa. Lembrou aos convidados sobre o
calendário parlamentar: o plano plurianual, a lei de diretrizes
orçamentárias (LOA), e sugeriu que em 2017 fosse agendada para o período
entre maio e julho, uma nova audiência, com o mesmo tema e dados
atualizados, uma vez que em setembro começa a disputa orçamentária, que
vai até o mês de dezembro. E a partir desse evento, sensibilizar o maior
número possível de deputados, que se disponham a apresentar emendas
individuais. Emendas que passaram a ter caráter impositivo e ajudariam
bastante a composição orçamentária. Lembrou também das emendas
apresentadas pelas comissões, e que algumas são sensíveis à causa e aos
projetos da Marinha, tais como a da Educação, Minas e Energia, e Ciência e
Tecnologia, entre outras. Prontificou-se a procurar o Deputado Arthur
Lira(presidente da Comissão Mista de Orçamento) e o Senador Eduardo
Braga(Relator do Orçamento da União para 2017), que teriam condições de
fazer ajustes no orçamento do ano vindouro. Quanto à questão energética, o
Deputado Paulão defendeu a existência das usinas nucleares no país,
destacou a importância estratégica da Marinha nos diversos projetos
relacionados ao tema, e também da construção do reator nuclear, e frisou
que um aspecto que merece melhor debate com a sociedade e maior
esclarecimento é a medicina nuclear, que deveria ser o principal ponto de
todo o programa. O deputado manifestou suas dúvidas quanto ao envolvimento
do Almirante Othon Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, em
atos de corrupção apurados pela operação Lava Jato, uma vez que o programa
nuclear tem importância e impacto em toda a geopolítica mundial, afeta
interesses diversos, o que reforça sua desconfiança quanto à condenação do
Almirante Othon. E finalizou enfatizando a alta capacidade e domínio
tecnológico já apreendido pela Marinha do Brasil, o que coloca nosso país
entre as pouquíssimas nações capacitadas a explorar a energia nuclear.
Dando continuidade à audiência, concedeu a palavra ao deputado Rafael
Motta, que relatou sua participação em expedição à Antártica, e pode
observar a importância do Brasil estar tão bem representado naquele
continente. Agradeceu aos representantes da Marinha pela acolhida durante
a visita e parabenizou a equipe pelo trabalho no Proantar - importante
para reafirmar nossa soberania e para o reconhecimento de outras nações
pelo projeto brasileiro. Sugeriu que é importante procurar quebrar o mito
de que a energia nuclear é extremamente perigosa para o ser humano. “Hoje
o planeta depara-se com a carência de fontes energéticas, o que incentiva
a pesquisa por outras matrizes.” Afirmou que nos dias atuais a tecnologia
para tratamento de resíduos nucleares está muito aprimorada. Destacou que
o conhecimento e a produção de energia nuclear são essenciais para a
projeção do Brasil, para seu crescimento e sobretudo para o reconhecimento
internacional, vislumbrando a possibilidade de vir a compor o Conselho de
Segurança da ONU. Citou a visita recente à Embraer, e a importância dessa
empresa para nosso país, ocupando hoje o terceiro lugar (ranking mundial)
na produção de aeronaves. O parlamentar reafirmou sua disponibilidade em
colaborar (nas demandas orçamentárias para o programa nuclear), com a
Marinha, que ele considera uma parceira na busca pela paz e justiça
social. Dando continuidade à audiência, o Deputado Paulão concedeu a
palavra ao Deputado Marcelo Aro, que também teve a oportunidade de
conhecer o projeto Proantar, motivo de orgulho para o parlamentar. Relatou
que ao chegar à Antártica deparou-se com uma excelente estrutura montada
para o projeto, e percebeu o quanto o Brasil é respeitado pelos demais
países. Na sua avaliação, o grande debate sobre o futuro estará voltado
para o continente antártico, e que hoje ele valoriza ainda mais o
excelente trabalho desenvolvido pela Marinha, e manifestou-se favorável ao
incentivo aos investimentos no Proantar, corroborando com o que foi
defendido pelos deputados que o antecederam. Em seguida foi franqueada a
palavra ao Deputado Pedro Cunha Lima, que inicialmente levantou
questionamento sobre os riscos para o país se não desenvolvesse um
programa nuclear. Informou que também visitou o continente antártico, e
constatou a importância do programa Proantar, bem como a elevação
institucional que este programa representa. Uma ação extremamente positiva
que se contrapõe à crise que atinge diversas instituições nacionais. O deputado relatou que conhecer o projeto nuclear
propiciou a ele um certo “resgate” do patriotismo e sentimento de que
somos uma só nação. Ao ter um
contato mais estreito com a Marinha do Brasil pode observar o respeito com
que ela trata os diversos temas nacionais. Afirmou que todo investimento
que for destinado à Marinha terá um retorno inequívoco, e colocou-se à
disposição para qualquer movimento ou tarefa que possa contribuir para o
fortalecimento dessa valorosa instituição. Em seguida o deputado Paulão
concedeu a palavra ao deputado Eduardo Bolsonaro, que informou ter
conhecido o programa Prosub, e a pesquisa aplicada à tecnologia nuclear,
que segundo ele não é transferível entre países, mas cada um desenvolve e
aprimora sua própria tecnologia. Disse o parlamentar: “o projeto
brasileiro reúne todas as condições para ser um orgulho nacional”.
Destacou que ocorre hoje a chamada “fuga de cérebros” nas instituições
militares, que seria fruto dos cortes orçamentários que limitam os
projetos e levam especialistas muito preparados a aceitar convite para
trabalhar em empresas multinacionais. Relatou que ficou impressionado com
o amplo leque de pesquisas
voltadas para diversas áreas, conduzidas pelo projeto Proantar. Fez
um apelo pela valorização e defesa das Forças Armadas, para que seja
revertido o processo de “fuga de cérebros” em nosso país. Dando
continuidade à audiência, concedeu-se a palavra ao Contra-Almirante André
Luis Marques, que inicialmente agradeceu pelo apoio recebido na Câmara dos
Deputados. Quanto ao questionamento sobre os rejeitos nucleares afirmou
que “para o nuclear é um luxo poder armazenar o lixo”. O rejeito é tratado
e gerenciado desde o primeiro dia, o que realça a visão ecológica presente
na tecnologia nuclear. Quanto ao aspecto de defesa e segurança, o
Contra-Almirante reafirmou os princípios inscritos na Carta Magna que
estabelece uso pacífico da energia nuclear, prática adotada pelo Brasil,
que adota inclusive as inspeções de salvaguarda, o que evidencia o
critério de transparência para utilização da energia nuclear. Quanto à
matriz energética, ele acrescentou que a tecnologia nuclear pode também
produzir água, o que estaria contribuindo para complementar a matriz
energética que tem sofrido com as intempéries climáticas. Abordou a
questão da aceitabilidade, e relatou que Suíça e Suécia organizaram
recentemente processo de consulta por meio de audiências públicas e o
resultado foi favorável à continuidade dos projetos com energia
nuclear. Finalizou dizendo
que “tem que se avaliar sempre a flexibilidade da matriz energética para
garantir a melhor solução para o país”. Agradeceu pela oportunidade de
realizar a audiência, informou da disponibilidade para novas visitas às
instalações da Marinha, e manifestou sua convicção de que o trabalho
conjunto entre Congresso e Forças Armadas resultará sempre em um Brasil
melhor. O deputado Paulão concedeu a palavra ao Contra-Almirante Renato
Batista de Melo, que manifestou sua satisfação em ter participado da
audiência, e apresentado um pouco do trabalho implementado pela Marinha,
ele constatou que “os parlamentares compreenderam a mensagem, percebendo a
relevância do projeto Proantar”. Agradeceu ao deputado Eduardo Bolsonaro
pelas emendas apresentadas. Reafirmou a importância das emendas
individuais para a complementação orçamentária, e informou que a equipe
está pronta para retornar à Câmara, quantas vezes forem necessárias, para
divulgar os programas que não são exclusivos da Marinha, mas envolvem
diversos órgãos da administração federal, que atuam em total sinergia,
conforme mostrado durante a audiência. Finalizou agradecendo pelo convite
e disse acreditar que muitos serão os resultados positivos advindos dos
programas em curso, essenciais para o conhecimento científico, acúmulo
tecnológico e desenvolvimento de nosso país. Ao concluir os trabalhos, o
deputado Paulão agradeceu o comparecimento dos Contra-Almirantes André
Luiz Marques e Renato Batista de Melo, pela exposição e disposição ao
diálogo, e também destacou a iniciativa, apresentada pelo autor do
requerimento, Deputado Sibá Machado, licenciado do mandato para ocupar
cargo no Governo do Estado do Acre, agradeceu a todos os parlamentares que
participaram da audiência, elogiou o trabalho do grupo de trabalho
coordenado pelo Contra-Almirante Renato de Melo, que trabalha com muita
sinergia, agregando esforços de diversos órgãos, ministérios civis e
militares, com destaque para a Marinha, construindo juntos um projeto de
nação. Reafirmou a necessidade de ações concretas que viabilizem o apoio
orçamentário e financeiro para o projeto. Concedido um aparte ao deputado
Eduardo Bolsonaro, que elogiou o trabalho desenvolvido pela assessoria
parlamentar da Marinha para conseguir as emendas parlamentares. O deputado
Paulão também sugeriu que a assessoria e os dirigentes continuem o
trabalho de esclarecimento e divulgação, em busca de apoio parlamentar aos
diversos projetos em curso. ENCERRAMENTO: Nada mais havendo a
tratar, o Presidente encerrou os trabalhos às treze horas e doze minutos.
E, para constar, eu ______________________, Jayme Souza, lavrei a presente
Ata, que por ter sido lida e aprovada, será assinada pelo Presidente,
Deputado Paulão ______________________, e publicada no Diário da Câmara
dos Deputados. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. |