CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 287.3.55.O Hora: 17:52 Fase: OD
Orador: JEFFERSON CAMPOS, PSD-SP Data: 03/10/2017

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO À MESA PARA PUBLICAÇÃO

O SR. JEFFERSON CAMPOS (PSD-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, iniciamos a semana estarrecidos: esta segunda-feira amanheceu com a notícia do maior massacre praticado à balas dentro do território norte-americano.

Um atirador foi até Las Vegas munido de armamento pesado, instalou-se em um quarto de hotel com vista privilegiada para um local de shows e abateu 59 pessoas, além de deixar mais de 500 feridas. Tudo isso sozinho e, aparentemente, sem motivo.

Stephen Paddock, norte americano, contador aposentado, bem de vida, pacato, era frequentador assíduo de cassinos e cruzeiros, não era ligado a nenhuma entidade religiosa, mas alguém que simplesmente "curtia a vida". Ele conseguiu entrar no hotel portanto 23 armas. Possuía também dois dispositivos que faziam com que as armas semiautomáticas abrissem fogo automaticamente.

Da janela de seu quarto, estrategicamente escolhido, no hotel Mandalay Bay, um famoso cassino e resort de Las Vegas, começou a    disparar por volta das 22 horas na direção do Route 91 Harvest Festival, em que mais de 22 mil pessoas apreciavam um show de música country.

Quando os tiros começaram, o barulho parecia com o de fogos de artifício. Passaram-se alguns segundos até que as pessoas percebessem o horror que estava acontecendo. Então o pânico tomou conta, e todos começaram a correr para se proteger dos disparos. Muitos se jogaram no chão, mas o atirador tinha uma posição privilegiada e a plateia era um alvo fácil.

Foi tudo muito rápido, mas desesperadamente demorado para quem estava lá, perdendo a própria vida ou a de ente querido, até que as autoridades conseguissem identificar de onde vinham os disparos e começassem a trocar de tiros com o matador, que, por fim, tirou a própria vida.

Apesar do Estado Islâmico ter oportunamente assumido o ataque, não há nenhum indício de que isto seja verdade. A polícia segue investigando quais razões levaram o homem a realizar tal tragédia. Além das 23 armas que ele tinha levado ao hotel, mais 19 foram encontradas em sua casa. Em seu veículo havia vários quilos de nitrato de amônio, material utilizado para a fabricação de explosivos.

Stephen Paddock, de 64 anos, não tinha histórico criminal. Seu irmão estava completamente atordoado com o ataque e disse que Stephen não era um homem violento, era rico, gostava de jogar e só saia para passear.

Apesar deste ter sido o mais brutal, não é o primeiro caso em que um atirador decide matar inocentes a seu bel prazer. Aliás, na América do Norte, isso já aconteceu diversas vezes. Tudo isso me leva a questionar a questão da liberdade que aquele povo tem para conseguir armas, inclusive de grosso calibre. Num momento qualquer a pessoa perde seu equilíbrio mental e decide matar. É fácil, ela tem acesso à todas as ferramentas necessárias. Pode ir se armando no decorrer dos meses, ninguém desconfia até que o pior acontece.

Compadeço-me dos familiares que perderam alguém no massacre. Lamento por essas vidas e espero que o Governo norte-americano considere um desarmamento populacional. Creio que pode ser uma boa medida.

Solicito, Sr. Presidente, que meu pronunciamento seja divulgado nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.