CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 276.2018 Hora: 21:56 Fase: EN
Orador: ANTONIO BULHÕES, PRB-SP Data: 19/12/2018

DISCURSO NA ÍNTEGRA ENCAMINHADO PELO SR. DEPUTADO ANTONIO BULHÕES.


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o resultado das eleições já é conhecido e inconteste, mas isso não quer dizer que nada mais cabe ao eleitorado. O desejo de mudança se expressou claramente nas urnas, mas as alterações pretendidas não seguirão da mera troca de orientação política dos governantes. Afinal, governos apenas orientam politicamente a sociedade, que tem papel fundamental no alcance das metas esperado dos governantes.

O problema do desemprego ilustra perfeitamente o que estou dizendo. De acordo com o IBGE, faltava trabalho para 27,6 milhões de brasileiros no segundo trimestre de 2018. Desses, 13 milhões haviam procurado emprego nos 30 dias anteriores. Além disso, 6,5 milhões trabalhavam menos do que 40 horas e gostariam de trabalhar mais. Esses dois grupos estão fazendo a sua parte, mas não estão encontrando as oportunidades que buscam.

O novo Governo já externou sua preocupação com o problema do desemprego. A equipe que está sendo formada buscará medidas para atacar as ineficiências econômicas legadas dos Governos anteriores. Em breve, as oportunidades buscadas por esses quase 20 milhões de brasileiros surgirão, e as taxas de desemprego vão cair naturalmente.

No entanto, o número bastante expressivo de 8,1 milhões de indivíduos compreende pessoas que podem trabalhar, mas não buscam trabalho. Desses cidadãos, segundo o IBGE, 4,8 milhões estão desalentados, o que quer dizer que simplesmente desistiram de procurar emprego. A minha mensagem é particularmente destinada a esses brasileiros.

Eu compreendo o seu desalento. Alguns buscaram emprego sem sucesso por mais de 1 ano. No entanto, uma nova era se inicia na política brasileira, e é sempre conveniente dar uma chance ao que é novo. Essa novidade deve inspirar e renovar as energias para que se possa voltar a acreditar no futuro deste País. Esse é justamente o caminho que garantirá o brilhantismo desse futuro.

Mas não me dirijo apenas aos desalentados. Falo também àqueles que bradaram "ele não" e que já declararam de antemão que formarão a resistência ao novo Governo. Essa postura é altamente antidemocrática. Durante as eleições, é saudável que se faça oposição ferrenha aos adversários políticos, pois, nesse momento, o esperado é justamente o confronto entre posições políticas.

Ocorre que o quadro muda após as eleições. O governante eleito representa toda a Nação, e opor-se a ele sem ao menos dar-lhe uma chance é desrespeitar a democracia e a própria pátria. É torcer pelo pior. É lutar contra o próprio futuro e em desfavor de seus concidadãos.

O momento pede o abandono de posturas como essas. Estamos diante de um recomeço na política, em que se precisa confiar nos méritos da democracia. Mas isso não quer dizer que se possa apenas esperar que o novo Governo faça a sua parte. É necessário que o povo que clamou nas urnas por nova condução política coopere com seus governantes. Esse é o único caminho que levará o Brasil a ser o País que todos almejamos.

Muito obrigado.