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O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (PSB - DF. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, hoje celebramos o Dia do Servidor Público, uma data que nos convida à reflexão e à gratidão. Gratidão por aqueles que, longe dos holofotes, sustentam o funcionamento do Estado e garantem que políticas públicas cheguem à sociedade.
Na Câmara dos Deputados, Sr. Presidente, essa missão ganha uma dimensão ainda mais nobre: é aqui que a democracia se traduz em trabalho técnico, em compromisso com a verdade dos fatos, em zelo pela Constituição e pelo interesse público.
Ao longo de minha trajetória, aprendi que quem atua no Legislativo não pode ter ojeriza à política nem aos políticos. Deve, sim, compreender a política como aquilo que ela é em sua essência: um instrumento de transformação social.
E é exatamente isso que fazem, todos os dias, os servidores e servidoras desta Casa — transformam o exercício da política em resultados concretos para o Brasil. O trabalho de cada servidor é o alicerce da atividade parlamentar. São eles que garantem a continuidade institucional, a qualidade técnica dos pareceres, a fidelidade das informações e o respeito aos ritos democráticos.
Por isso, quero registrar o meu profundo reconhecimento a todos que, com resiliência, temperança e senso de dever, mantêm esta Casa de pé, independentemente de quem esteja no comando político momentâneo.
Não é exagero dizer que, sem servidores públicos fortes e respeitados, não há democracia sólida. Essa foi uma das convicções do Dr. Ulysses Guimarães, nosso eterno Presidente da Assembleia Nacional Constituinte. Dr. Ulysses compreendia que a estabilidade no serviço público não era privilégio, mas, sim, proteção — ao servidor e à sociedade. Lembro que o Dr. Ulysses fez questão de assinar a Constituição com a caneta doada pelos servidores da Câmara. Ele sabia que o Estado precisava de profissionais que pudessem agir com independência e isenção, mesmo diante de pressões políticas ou mudança de governo.
Foi com esse espírito que nasceu a Constituição Cidadã de 1988, que garantiu direitos, instituiu deveres e estabeleceu o serviço público como instrumento essencial de um Estado democrático, republicano e eficiente.
Hoje, mais de três décadas depois, é nosso dever honrar esse legado não apenas com palavras, mas também com ações.
Por isso, quero aqui reforçar a necessidade de continuidade da elaboração e apresentação da proposta de carreira dos servidores da Câmara dos Deputados. Essa proposta representa não apenas uma reivindicação legítima, mas também um passo necessário para valorizar tecnicamente quem dedica sua vida a servir ao Parlamento brasileiro.
Uma carreira estruturada, moderna e justa é condição indispensável para que esta Casa continue sendo exemplo de excelência e compromisso institucional.
Ao defender essa pauta, não estamos falando apenas de remuneração ou de progressão funcional. Estamos falando também de fortalecer o Estado democrático, de assegurar a neutralidade técnica e de preservar a independência da instituição que simboliza a voz do povo.
Muito obrigado.