CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 15.2025 Hora: 17:12 Fase: OD
Orador: Rogério Correia, PT-MG Data: 26/02/2025

O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Presidente Altineu Côrtes, Deputados e Deputadas, quero agradecer ao nosso Líder José Guimarães por me permitir expor aqui algumas ideias em nome e no tempo de Liderança do nosso Governo.

Nós realizamos esta sessão, a última da semana, antes do recesso parlamentar de carnaval, que é uma festa popular importante, e, com certeza, nosso povo vai estar com muita alegria nas ruas. É uma festa também que precede a Quaresma — não é, Deputado Patrus Ananias? Pode-se dizer que seria o último período da festança. Esperamos que essa festa seja realizada também com muita história, com muita cultura, e que seja uma festa popular a comemorar nossas músicas.

Eu fui a um pré-carnaval em Belo Horizonte. Havia uma bela banda que tocava a saudosa Elis Regina. Também tocou Vandré, Chico Buarque e Milton Nascimento. Com certeza, pelo Nordeste afora, vamos ter muito axé e muito frevo. Eu acho que o Brasil vai comemorar, e tem motivos para comemorar.

Eu queria aqui citar dois motivos importantes. Um deles é o Programa Pé-de-Meia, que o Governo começou, nessa terça-feira, a pagar. Portanto, 4 milhões de jovens já estarão recebendo o Pé-de-Meia, o que é um passo importante para o futuro desses jovens.

O Deputado Patrus era Prefeito e teve a oportunidade de sancionar um projeto de lei de minha autoria que virou lei em Belo Horizonte, antes do Bolsa Família, o que chamávamos de Bolsa-Escola. Acompanhava o Bolsa-Escola o projeto Poupança Escola, que, hoje, é exatamente o Programa Pé-de-Meia do Governo do Presidente Lula, algo muito importante para a juventude brasileira e para a educação.

Também é importante comemorar, Deputados e Deputadas, o índice de 137 mil novos empregos com carteira assinada, que foi divulgado hoje pelo IBGE, através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados — CAGED.

Trata-se de um índice com um recorde — também histórico — neste mês de janeiro, porque há muito tempo não se colocava um número tão grande de carteiras assinadas no Brasil.

E hoje eu já disse aqui, é preciso comemorar, o Brasil quintuplicou o número de negros, negras, pardos e pardas que se formaram nas universidades brasileiras através da Lei de Cotas.

Então, comemorar o emprego, a Lei de Cotas, o Pé-de-Meia faz parte também de comemorar o processo democrático brasileiro, que é um pouco o que eu tenho a dizer aqui, no dia de hoje, desta tribuna.

Neste carnaval, nós estaremos torcendo por algo inédito. No dia 2 de março vai haver a premiação do Oscar, e o filme Ainda estou aqui está concorrendo às categorias de melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz, por meio da Fernanda Torres. E a Fernanda Torres está um sucesso, completamente indicada. O filme é do diretor premiado Walter Salles. O assunto do filme é a luta pela democracia e a luta contra a ditadura.

Nós não podemos nos esquecer do Selton Mello, que no filme representou o Deputado Federal Rubens Paiva, que foi torturado e depois assassinado pela ditadura militar. Muito menos não podemos nos esquecer de Eunice Paiva, esposa e importante defensora dos direitos humanos no Brasil.

Portanto, no dia 2 de março, nós vamos festejar o carnaval, mas torcendo também para que o cinema brasileiro tenha essa vitória histórica. Quem sabe poderá receber pelo menos um Oscar: ou de melhor atriz, ou de melhor filme internacional, ou de melhor filme. Isso é muito importante para o Brasil, embora exista quem torça contra.

Não sei se vocês viram, numa dessas infelizes entrevistas que o inelegível deu esses dias, quando ele disse que não assistiu, não quer ver e que há problemas históricos no filme. Então, há aqueles que torcem contra. Aqui no plenário mesmo eu sei que há muito bolsonarista torcendo contra o Brasil no Oscar, mas a imensa maioria do povo brasileiro torce a favor do cinema nacional.

A maioria do povo brasileiro torce também a favor da denúncia da Procuradoria-Geral da República. E eu quero vincular ao filme Ainda estou aqui, porque ele é muito atual para os dias de hoje, como disse Fernanda Torres. Hoje ainda se planejam golpes e ainda se quer ditadura por parte de alguns no Brasil.

Eu digo claramente àqueles que tentaram estabelecer um golpe de Estado a partir da liderança de Jair Bolsonaro, o inelegível, que fez de tudo para se manter no poder e evitar que a vitória popular do Presidente Lula se concretizasse. Isso, hoje, não são denúncias que a Esquerda ou os democratas fazem no Brasil. Isso já é eivado de provas e de uma denúncia na PGR.

É preciso dizer que a nossa Comissão Parlamentar Mista de Inquérito também chegou à mesma conclusão, de que tentaram um golpe para acabar com a democracia no País. E nós tínhamos muitos elementos para isso. Depois, também, a própria Polícia Federal.

Hoje eu vejo Deputado que vem da Polícia Federal querer desacreditá-la para proteger os golpistas. Não respeitam nem sequer a instituição que um dia juraram honrar e fazem de tudo para desonrá-la, porque ela fez um belíssimo trabalho, com muitas provas, demonstrando que Jair Bolsonaro tentou comandar um golpe de Estado no Brasil e, o pior, concordou até com o tal Punhal Verde Amarelo, que era um plano para assassinar o Presidente da República, o Ministro Alexandre de Moraes e o Vice-Presidente Geraldo Alckmin. Chegamos ao absurdo de ouvir um deles dizer que o Ministro do Supremo Tribunal Federal e Presidente do TSE estava na mira dos atiradores que procuravam efetivar esse golpe de Estado.

Agora vem a denúncia da Procuradoria-Geral da República, muito concisa, própria, cheia de provas. Nós, no Brasil, vamos passar o carnaval também discutindo o que é a democracia e festejando-a. Nos estádios já se grita "Uh, vai ser preso!", e, com certeza, esse grito vai existir por todo o Brasil. "Uh, vai ser preso!'' significa o grito pela democracia, pelas liberdades políticas, para que não aconteça mais aquilo que se repetiu durante os 21 anos da ditadura militar no Brasil.

"Ainda estamos aqui" é o grito do povo brasileiro.