CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 072.2.55.O Hora: 11:56 Fase: CG
Orador: ASSIS CARVALHO, PT-PI Data: 07/04/2016

O SR. DEPUTADO ASSIS CARVALHO - Cumprimento o Sr. Presidente Zé Silva, grande amigo catingueiro, como eu; a minha querida Deputada Luiza Erundina, autora desse requerimento, a quem aproveito para parabenizar pela iniciativa, que é muito oportuna neste Dia Mundial da Saúde, quando estamos discutindo, talvez, um dos maiores desafios pelo qual nós estamos passando, que é a questão do Aedes aegypti. Por causa dele, nós sofremos tantas consequências, como a dengue, o zika vírus, a chikungunya. E aí, por consequência, temos hoje as nossas criancinhas com a microcefalia. Acho muito rico fazer este debate.

Da mesma forma, acho muito frustrante os golpistas, que, toda hora, fazem uma fila atrás da outra para dizer que o golpe não é golpe. E toda hora eles aplicam novo golpe, como discutir se é isso ou se é aquilo e proibir a sociedade de discutir o mais importante, que é um dos temas que não poderia ter, em nenhum momento, cara partidária, sobretudo num momento tão difícil: a saúde.

Meu querido Deputado Adelmo, parabenizo-o pela decisão firme, porque, na verdade, nós estamos nesta Casa num sistema fascista, autoritário, surreal, porque alguém que é denunciado por um rosário de atos de corrupção discute o combate à corrupção. Lamentavelmente, é uma grande contradição. Só gente corrupta poderia defender este surrealismo de um corrupto conduzindo esta Casa ainda.

Não poderia deixar de externar esta nossa indignação com a proibição de que as pessoas acessem este debate tão importante, num momento tão rico como este.

Sr. Presidente, todas as pessoas que defendem corruptos também são corruptos. Não tenho dúvida nenhuma disso.

Mas quero dizer, Sr. Presidente, que nós estamos...

(Intervenção fora do microfone. Inaudível)

O SR. DEPUTADO ASSIS CARVALHO - Eu queria que os golpistas silenciassem. Depois eles usam a palavra. Os golpistas, os fascistas, seguidores de Hitler são assim: não querem que a democracia fale. (Intervenção fora do microfone. Inaudível)

O SR. DEPUTADO ASSIS CARVALHO - Então, quem deveria estar na cadeia é o Presidente desta Casa, que, em toda relação que aparece, está incluído. E vocês o defendem.

(Intervenção fora do microfone. Ininteligível.)

O SR. DEPUTADO ASSIS CARVALHO - Vá você! E me respeite, porque eu estou com o microfone.

Sr. Presidente, bote ordem nesta Casa, porque os fascistas são assim: não querem que a democracia fale.

(Intervenção fora do microfone. Ininteligível.)

O SR. DEPUTADO ASSIS CARVALHO - Respeite-me, que eu o respeito quando você está ao microfone. Seu fascista!

O SR. DEPUTADO LOBBE NETO - Fale a verdade!

O SR. DEPUTADO ASSIS CARVALHO - Fascista envolvido com corrupção de Eduardo Cunha quer agora me silenciar? A mim você não silencia!

Sr. Presidente, quero dizer que, na verdade, é muito importante discutirmos este tema, mas não só do ponto de vista das alternativas de combate ao Aedes aegypti. Entretanto, eu gosto de dizer que isso é mais ou menos como enxugar gelo.

Agora, nós temos que encontrar alternativas imediatas pelo menos para ir amenizando o sofrimento. Precisamos trabalhar nas escolas, sim; precisamos ter as forças possíveis para combater o mosquito; precisamos...

O SR. PRESIDENTE (Deputado Zé Silva) - Deputado, eu vou conceder 1 minuto a V.Exa. e vou deixar claro que vou ser rigoroso com o tempo com todos os Parlamentares a partir deste momento.

O SR. DEPUTADO ASSIS CARVALHO - Eu agradeço, Sr. Presidente.

Mas nós precisamos compreender também que por trás disso há um fato pouco discutido, que é a questão da agressão ao meio ambiente. As pessoas, todos os dias, desmatam as florestas, derrubam as caatingas. O agronegócio coloca lá, todos os dias, substância que mata e desequilibra o nosso meio ambiente, a cadeia ecológica, e, a partir daí, o mosquito que estava no campo começa a migrar para cidade. Nós queremos encontrar alternativas imediatas, mas temos que ter a coragem de dizer também que esta agressão desenfreada ao meio ambiente é uma das fortes razões da condução dos mosquitos para as cidades.

Nós temos, por exemplo, meu querido Adelmo, a crotalária, que é uma planta que atrai a libélula. Já é uma forma alternativa de promover o reequilíbrio, pois é uma planta que vai, portanto, ajudar no aumento de um ser que consome esse mosquito.

Portanto, Sr. Presidente, queria fazer esta reflexão - nós sabemos que, no seu caso específico, tem um compromisso com as matas também - no sentido de que é preciso fazermos um debate mais profundo para discutirmos sobre essa agressão aos nossos rios, às nossas matas.

Obviamente, enquanto isso não acontece, temos que fazer o dever de casa, que é matar os vírus que estão sufocando as nossas vidas, as nossas crianças, infelizmente. Precisamos encontrar alternativas. Para isso, precisamos de financiamento. Precisamos ter a coragem de dizer que os mais ricos têm que meter a mão no bolso para ajudar a combater um mosquito originário também da agressão ao meio ambiente, que, na grande maioria das vezes, é feita também pelos mais ricos.