CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 012.2.55.O Hora: 20:00 Fase: OD
Orador: CAIO NARCIO, PSDB-MG Data: 23/02/2016

O SR. CAIO NARCIO (PSDB-MG. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Vou subir à tribuna.

Sr. Presidente, meus caros colegas e amigos que estão nesta Casa, nesta noite, há aproximadamente 30 minutos o Brasil assistia ao programa de televisão do Partido dos Trabalhadores indo ao ar.

É realmente algo de chocar o Brasil. Aquilo a que se assistiu naquele programa não pode ser chamado nem de propaganda. Fala-se que o Brasil é um País maravilhoso, que criou enormes empregos. A geração do Brasil se transformou durante os últimos anos. Disseram que o partido pode até ter errado um pouquinho, mas que o Brasil está no caminho certo, no rumo correto. E está todo o mundo esperando que o PT possa levar o Brasil a uma nova etapa.

A grande verdade, Sr. Presidente, é que, ao ouvir aquele programa, nós percebemos o quanto o PT está distante da realidade, com desconexão entre o que fala e a realidade que o Brasil está vivendo. Está distante!

Nós ouvimos ali um Presidente que não conseguiu, até hoje, dar explicações sobre coisas importantes que pairam sobre a sua honestidade e honra. Até hoje, ele não conseguiu dar explicações claras a respeito de todas essas dúvidas que pairam sobre ele.

Nós assistimos também vários membros do partido falando de um Brasil que não existe - o Brasil do emprego e da cidadania, que está acabando. A grande verdade é que o Brasil está sob o âmbito da corrupção, e esta talvez, sim, infelizmente, seja hoje a grande marca do Brasil.

Dizem que às vezes o Brasil foi reconhecido como país do carnaval, ou, às vezes, como país do futebol. Hoje, infelizmente, a marca do País é o Brasil da corrupção. Inerente e a cada dia mais avassaladora, a corrupção vem tomando as oportunidades das pessoas, tomando conquistas.

Nos últimos anos, disseram que deram oportunidade àquelas pessoas mais humildes de terem o sonho da casa própria, de terem o sonho do seu carro. Mas hoje veem o seu emprego acabando e todas essas conquistas indo embora. As casas estão sendo devolvidas; os automóveis, tomados; e a oportunidade de cidadania está sendo retirada das pessoas, porque a grande oportunidade, necessária e transformadora a uma sociedade, é o emprego. Através do emprego, uma família ganha dignidade, e um pai de família, a oportunidade de dar a ela a cidadania.

Este é o País que precisa ser criado em meio a tanta dificuldade de entender uma conta simples. A conta é: não dá para se gastar mais do que se ganha e não dá para cobrar dos outros a própria incompetência.

O Brasil, hoje, caminha em torno de uma situação calamitosa e vive sob a ética e a ótica da mentira, porque a Presidente vem, no início do ano legislativo, mentir para os brasileiros e para si mesma, colocando o País em dúvida. Aqueles que querem investir num país sério não encontram aqui os valores mínimos da decência, da honra, da verdade, que podem pautar um país. O País não tem uma Presidente séria. Ela não fala a verdade. Ela diz que reduziu o custeio do País, mas, quando verificamos os números, vemos que as reduções do custeio da máquina nunca saíram do papel.

Na semana passada, assistimos ao poder do Governo de nomear tantos cargos e até de deslocar Ministros para virem aqui votar questões partidárias, deixando de lado questões essenciais que pautam a vida das pessoas, como é o caso do zika vírus, da chikungunya, da dengue. Isso mostra o desprezo com que este Governo trata o povo brasileiro e as questões essenciais que pairam sobre o País. Isso mostra seu descaso, sua incompetência e, acima de tudo, como o Partido dos Trabalhadores acredita que este Governo é um espaço do qual ele pode tirar tudo para manter o seu projeto de poder.

A grande verdade é que estamos assistindo a um País que deixou uma marca dentro dele: a corrupção desenfreada, que não tem medida. A cada dia que passa, descobrimos fatos novos.

Hoje houve mais um fato novo. Antes, já haviam sido presos dois tesoureiros do partido, os dois ex-Presidentes do partido. Já havia sido preso também um ex-publicitário. Hoje, foi preso o atual publicitário da campanha, com indícios fortíssimos de que ele tenha recebido dinheiro de corrupção da PETROBRAS e tomado parte em lavagem de dinheiro internacional. Isso deixa muito claro como este País está: atolado, devido à maneira corrupta e inescrupulosa com que o PT tem governado o nosso País. É lamentável!

Aqueles que nos assistem em casa cada dia mais veem suas famílias ficando desempregadas. Um pai de família, com 20 anos de trabalho, perde o seu emprego e, com isso, perde sua dignidade. No momento em que ele mais precisa ter os seus direitos trabalhistas garantidos, como ter acesso ao seguro-desemprego e à pensão por morte, o Governo lhe vem cobrar essa conta - este Governo que, no ano passado, veio aqui revogar o direito de acesso à pensão por morte e diminuir o acesso ao seguro-desemprego. No momento em que o Governo tira tudo aquilo que ele nunca deu, mas que prometeu de forma contundente, é importante dizer: o Brasil não é aquela propaganda do PT que apareceu na televisão.

Infelizmente, Sr. Presidente, colegas que nos assistem, nós estamos vivendo no País da mentira, da corrupção e da enganação. É necessário e urgente que sejam retomadas as palavras "ética", "seriedade", "competência" e "honestidade", para que possamos devolver ao Brasil a oportunidade de ter esperança novamente, não de ganhar as coisas de presente. Mas o Governo tem de fazer o mínimo, a sua obrigação: garantir as condições necessárias para que o povo brasileiro trabalhe e, através disso, possa dar dignidade às suas famílias.

Portanto, deixo mais uma vez a minha indignação sobre o programa a que assisti na televisão. Todas as vezes, nos últimos anos, foram pautadas por panelaços que demonstram claramente que o PT perdeu a conexão com a sociedade, perdeu a conexão com a verdade, embriagou-se com o poder e se lambuzou de corrupção. É lamentável!

E o nosso raciocínio é o de que os homens de bem se unam e a população também. No próximo dia 13, nós temos um encontro com a sociedade nas ruas, porque, se não formos lá, eles não saem daqui.

Muito obrigado.