CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

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Sessão: 174.3.54.O Hora: 16:00 Fase: PE
Orador: GIOVANI CHERINI, PDT-RS Data: 19/06/2013

                            O SR. GIOVANI CHERINI (PDT-RS. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, cada um aqui está fazendo a sua análise. Eu vou fazer a minha. Eu vou começar falando sobre crianças índigo e a Ritalina.

Na verdade, aumenta em todo o Brasil a demanda por Ritalina, nome comercial do metilfenidato, medicamento utilizado para controlar as crianças. Milhões de caixas são consumidos anualmente no Brasil. Eu disse milhões!

Segundo levantamento feito pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, a pedido do jornal O Estado de S. Paulo, houve um crescimento de quase 50% na venda de remédios à base de cloridrato de metilfenidato no Brasil, entre 2008 e 2012.    Entre setembro de 2007 e outubro de 2008 foram vendidas 1.238.064 caixas; enquanto entre setembro de 2011 e outubro de 2012 as vendas cresceram para 1.853.930 caixas. São números assustadores!

O mesmo jornal publicou recentemente o depoimento da psicanalista e professora da Universidade de São Paulo, Kátia Forli Bautheney, em que ela afirma que 70% dessas crianças não precisam tomar o remédio. E não precisam mesmo.

Muitas dessas crianças, diagnosticadas como portadoras do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), são, na verdade, crianças índigos, ou seja, seres diferentes, cujo comportamento não se enquadra nos padrões conhecidos.

São crianças especiais, com alta sensibilidade, excessivo montante de energia, distraem-se facilmente ou têm baixo poder de concentração. Requerem emocionalmente estabilidade e segurança de adultos em volta delas. Resistem à autoridade, se não forem democraticamente orientadas. Possuem maneiras preferenciais no aprendizado, particularmente na leitura e matemática. Podem se tornar frustradas facilmente, porque têm grandes ideais. Mas a falta de recursos ou pessoas para lhes assistirem pode comprometer o objetivo final.

Aprendem através do nível de explicação, resistindo à memorização mecânica ou a serem simplesmente ouvintes. Não conseguem ficar quietas ou sentadas, a menos que estejam envolvidas em alguma coisa do seu interesse. São muito compassivas; têm muitos medos, tais como a morte e a perda dos amados. São contestadoras as crianças índigos, que nasceram a partir de 1983.

Elas demandam mais atenção e sentem que a vida é muito preciosa para deixar escapar. Elas querem que as coisas aconteçam e, frequentemente, forçam situações para realizarem o desejado.

Em resumo, são as chamadas crianças especiais. Amorosas.

Infelizmente, as crianças índigo são frequentemente tituladas como tendo Déficit de Atenção ou alguma forma de hiperatividade. Em muitos casos são tratadas com química, quando deveriam ser tratadas de forma diferente.

Na verdade, essas crianças estão aqui para nos ajudar na transformação do mundo. Portanto, precisamos aprender com elas, principalmente escutando-as e observando-as.

Sobre este tema sugiro a leitura do livro Crianças Índigo, de Lee Carroli e Jan Tober, e Educando Crianças Índigo, de Egídio Vecchio. Se Lee Carroll e Jan Tober fazem uma grande reportagem sobre os índigos, Egídio Vecchio se presta a identificá-los, compreendê-los, amá-los e educá-los.

Nossas crianças não precisam de tanto remédio. Basta compreendê-las e dar-lhes amor.

Essas crianças que estão nas ruas são os jovens de hoje, crianças índigos ou Geração Y. O que essa geração está dizendo? Que esta Casa é inócua, é inoperante, não faz reforma política, e, se ela acabasse hoje, ninguém sentiria falta; pelo contrário, aplaudiriam se este Parlamento fechasse. Esses jovens estão dizendo que esse sistema não serve mais. Obras superfaturadas, obras de asfalto de 2 milhões, 5 milhões o quilômetro. Fundamentalismo também não querem. E o fator previdenciário está aí, e não acontece nada.

Na verdade, esses jovens estão dizendo que o sistema faliu.

Eu postei hoje, no meu Facebook, a seguinte mensagem: "A boa revolta da sociedade. Intitulo-me um político integrativo, holítisco. Para mim, holismo é o resgate da dimensão ética no sentido mais profundo. Consiste no compromisso com as pessoas e com o estabelecimento de uma relação revolucionária entre homens, animais e plantas. Todos os elementos fazem parte de um grande corpo. Se todos os políticos pensassem assim, o nosso povo teria saúde, educação, transporte público de qualidade e mais respeito. Viva a nossa juventude, ícone da boa e necessária revolta".

E muita gente se posicionou a esse respeito.

Por isso, todas as análises aqui serão pequenas perto da importância daquilo que está acontecendo. Repito: está na hora de a gente dividir o bolo; o bolo está muito difícil e distante da grande maioria da população.

Portanto, Sr. Presidente, para encerrar, quero arriscar a dizer: cada um aqui faça a sua análise. Eu estou fazendo a minha. Está na hora de a gente parar de olhar o umbigo e diminuir o egoísmo, diminuir nossa vaidade, e, quem sabe, construir uma nova sociedade.