CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

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Sessão: 011.2.55.O Hora: 14:04 Fase: PE
Orador: DELEGADO EDSON MOREIRA, PTN-MG Data: 23/02/2016

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (Bloco/PTN-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho hoje à tribuna desta Casa, primeiro, prestar uma homenagem póstuma, em meu nome e em nome do Procurador de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo Edgard Moreira da Silva, ao mestre internacional de xadrez que tanto defendeu nosso País o MI Hélder Câmara, falecido neste mês de fevereiro, sobrinho do Arcebispo D. Hélder Câmara.

E quero também, Sr. Presidente, falar sobre a insegurança pública, que infelizmente ceifa vidas diuturnamente no Estado de Minas Gerais.

No último fim de semana, uma mãe colocou o filho dentro de um saco de lixo e o jogou, acabando por matar a criança, de apenas 8 meses.

Outra, Sr. Presidente...

(O microfone é desligado.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.


PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, caros ouvintes da Rádio e da TV Câmara, venho à tribuna desta Casa prestar homenagem póstuma, em meu nome e em nome do Procurador de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo Edgard Moreira da Silva, ao mestre internacional de xadrez MI Hélder Câmara, sobrinho do Arcebispo D. Hélder Câmara, com o texto a seguir.

O adeus ao MI Hélder Câmara.

Hélder Câmara nasceu no dia 7 de fevereiro de 1937 e faleceu no dia 20 de fevereiro de 2016, portanto com 79 anos de idade. Era sobrinho do notável Arcebispo D. Hélder Câmara (interessante que, ao ser campeão de xadrez e sucesso nas canções musicais, muitos jornalistas atribuíam tais feitos ao arcebispo, pois desconheciam o sobrinho).

Começou a se destacar no xadrez ainda bem jovem: com apenas 17 anos, já era campeão cearense. Também foi tricampeão carioca, campeão paulista e bicampeão brasileiro (1963 e 1968). Em outras quatro ocasiões, o enxadrista ficou com o vice-campeonato brasileiro. Disputou, com destaque, diversos campeonatos sul-americanos e pan-americanos de xadrez.

Integrou a equipe olímpica brasileira em Lugano (Suíça), em 1968; Siegen (Alemanha), em 1970; Skopje (Iugoslávia), em 1972; Nice (França), em 1974; La Valetta (Malta), em 1980; e Thessaloniki (Grécia), em 1984.

Além de excelente enxadrista - o que lhe rendeu o título de Mestre Internacional (MI) - Câmara também era um excelente escritor. Manteve, por muitos anos, uma coluna no jornal O Estado de S.Paulo e no Diário de S.Paulo e escreveu as importantes obras: Caíssa: 64 Crônicas de Xadrez (2006), 100 Crônicas de Xadrez e Diagonais: crônicas de xadrez (1996), consagradas no meio enxadrístico.

Amante da boa música - compôs mais de cinquenta canções, algumas delas interpretadas por cantores famosos como Altemar Dutra -, do cinema, do esporte (em especial o xadrez, é claro!) e das letras, o Mestre era considerado uma pessoa humilde, de uma inteligência e talento brilhantes... um verdadeiro artista.

Seu dom criativo o levou a criar uma variante de abertura para as peças pretas que leva seu nome, a Defesa Câmara.

Respeitado e admirado por toda a comunidade enxadrística e também fora dela, o MI Hélder Câmara será sempre lembrado com reverência em virtude do legado deixado à cultura nacional.

É o que tenho a dizer, Sr. Presidente!