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CÂMARA DOS DEPUTADOS |
COMISSÃO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA, ABASTECIMENTO E DESENVOLVIMENTO RURAL
56ª Legislatura - 1ª Sessão Legislativa Ordinária
ATA DA QUINQUAGÉSIMA REUNIÃO ORDINÁRIA (AUDIÊNCIA
PÚBLICA)
REALIZADA EM 06 DE NOVEMBRO DE
2019.
Às
dez horas e cinco minutos do dia seis de novembro de dois mil e dezenove,
reuniu-se a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento
Rural, no Anexo II, Plenário 06 da Câmara dos Deputados, com a PRESENÇA dos(as)
Senhores(as) Deputados(as): Fausto Pinato - Presidente; Neri Geller e José Mario
Schreiner - Vice-Presidentes; Afonso
Hamm, Aline Sleutjes, Aroldo Martins, Beto Faro, Bosco Costa, Cristiano Vale,
Dimas Fabiano, Domingos Neto, Domingos Sávio, Dra. Vanda Milani, Emidinho
Madeira, Euclydes Pettersen, Evair Vieira de Melo, Fabiano Tolentino, Franco
Cartafina, Frei Anastácio Ribeiro, Gildenemyr, Heitor Schuch, Isnaldo Bulhões
Jr., Junior Lourenço, Lucio Mosquini, Luiz Carlos, Mara Rocha, Marcelo Moraes,
Marcon, Nelson Barbudo, Pedro Lupion, Raimundo Costa, Roberto Pessoa, Rogério
Peninha Mendonça, Roman, Schiavinato, Tito, Vermelho, Vilson da Fetaemg, Zé
Carlos e Zé Silva - Titulares;
Aguinaldo Ribeiro, Alceu Moreira, Arnaldo Jardim, Carlos Henrique Gaguim, Célio
Moura, Celso Maldaner, Charles Fernandes, Darci de Matos, Diego Andrade, Dr.
Luiz Ovando, Enéias Reis, Enrico Misasi, Expedito Netto, Jesus Sérgio, Júlio
Cesar, Júnior Mano, Lucas Redecker, Luciano Ducci, Magda Mofatto, Otaci
Nascimento, Pedro Westphalen, Santini, Severino Pessoa, Vinicius Poit e Walter
Alves – Suplentes. Compareceram
também os Deputados Charlles Evangelista, Coronel Chrisóstomo, Emanuel Pinheiro
Neto, Hercílio Coelho Diniz, Herculano Passos e Pinheirinho como não-membros. Deixaram de comparecer os
Deputados Dagoberto Nogueira, Jerônimo Goergen, João Daniel, Juarez Costa, Luiz
Nishimori, Marcelo Brum, Marlon Santos, Nivaldo Albuquerque, Robério Monteiro e
Valmir Assunção. Justificou a
ausência o Deputado Juarez Costa. ABERTURA - O Presidente em exercício,
Dep. Neri Geller – PP/MT, declarou
abertos os trabalhos, cumprimentou a todos, agradeceu a presença dos
parlamentares, dos convidados e esclareceu que a presente reunião, objeto do
Requerimento nº 153/2019, de sua autoria, tinha por finalidade debater "A
Lei Kandir e a ameaça da PEC 42/2019”. O
Presidente fez uma breve explanação sobre o tema, citou as regras procedimentais
da reunião e anunciou os seguintes palestrantes, convidando-os a compor a mesa:
SÁVIO RAFAEL PEREIRA,
Coordenador-Geral de Culturas Perenes, Pecuária e Florestas Plantadas, do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA; RENATO CONCHON, Coordenador de Assuntos
Econômicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA; ANTÔNIO GALVAN, Vice-Presidente da
Associação dos Produtores de Soja e Milho Brasil - APROSOJA; MARCELO JABOUR, Consultor Tributário da
Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB; MÁRCIO ANTONIO PORTOCARRERO, Diretor
Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão - ABRAPA; ALEXANDRE MENDONÇA DE BARROS, Sócio
Diretor da Consultoria e Assessoria em Agronomia – MBAgro; e ANDRÉ MELONI NASSAR, Presidente
Executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais – ABIOVE.
O Sr. Sávio Rafael
Pereira falou que a cobrança de impostos sobre exportações é uma
excrescência. A Lei Kandir veio para acabar com essa anomalia, o que aumentou,
extraordinariamente, as exportações de todos os produtos agropecuários do
país. Caso venha a ser revogada a
lei pela PEC 42/2019, vai derrubar os ganhos econômicos obtidos nos últimos anos
e gerar uma imensa crise econômica e social. O Sr. Alexandre Mendonça De
Barros apresentou dados sobre o aumento das exportações e a melhora na
economia brasileira após a Lei Kandir, comparando-os com os da Argentina que, no
período, impôs a cobrança de tributos. Assim, concluiu dizendo que a lei é
importante e sua revogação seria desastrosa ao país. O Sr. Marcelo Jabour
disse que a OCB disponibiliza, em seu site, um livro que trata apenas dos
benefícios da Lei Kandir ao país. Informou que não tributar exportações é regra
mundial. Um acordo feito no pós-segunda guerra mundial, o GAT 47, determina que
a tributação deverá ser feita no país importador do produto, não do exportador.
Essa política foi a responsável por reconstruir as relações comerciais
internacionais depois do conflito. Entende que produtos não renováveis, como
minérios, não podem ser tratados da mesma forma que os produtos renováveis, como
os da agropecuária. Todos os dados estão no livro da OCB. Além disso, o Brasil
já tem vários tratados de comércio com outros blocos, onde as partes
comprometeram-se a não cobrar impostos recíprocos. Não tem sentido deixar de
cobrar impostos dos produtos importados e cobrar quando exportamos. No caso das
commodities, elas possuem preços fixados internacionalmente e, caso haja a
cobrança de impostos, na impossibilidade de vender mais caro, os produtores
terão que arcar, integralmente, com os custos. Por fim, entende que a proposta
de cobrar ICMS e outros tributos nas exportações fere acordos internacionais e
seria inconstitucional. A palavra foi repassada ao relator da reforma
tributária, Dep. Aguinaldo Ribeiro. Em síntese, afirmou que está ciente
dos pleitos dos agricultores, tranquilizando o setor e afirmando que a sua
equipe está atenta a todas as questões levantadas na audiência. O Sr. Andre
Meloni Nassar disse que, se taxar a exportação, vai cair a produção e
prejudicar a economia. O setor investiu bilhões de reais na industrialização e,
caso seja revogada a Lei Kandir, o aumento de gastos e a perda de
competitividade irá destruir o setor. Relatou estar preocupado também com a
taxação do setor mineral, pois, abre brechas para todos os outros exportadores.
O Sr. Márcio Antônio Portocarrero afirmou que a cadeia produtiva do
algodão está preocupada com a reforma tributária, que deveria agilizar processos
ao invés de travá-los. O progresso do setor agropecuário renderá muito mais aos
Municípios e Estados do que a cobrança de impostos sobre as exportações. Hoje, o
Brasil é o segundo maior exportador de algodão do mundo e o produtor precisa de
segurança jurídico-tributária para manter as contas em dia. Assim, a reforma
tributária não pode onerar mais o setor. O Sr. Antônio Galvan também
criticou a extinção da lei Kandir e do Convênio ICMS 100/97. Falou dos problemas
na agricultura em Mato Grosso e disse esperar que ocorra a compensação
tributária aos Municípios e aos Estados. O Sr. Renato Conchon disse que a
Lei Kandir é essencial para o agronegócio e foi o sustentáculo do plano real.
Sem a lei e o convênio ICMS 100/97, serão imprevisíveis as consequências para a
economia e para o câmbio. O problema fiscal dos Estados é por má gestão, não
podendo abrir precedentes perigosos para tributar exportações. O momento é de
abertura de mercados pela não tributação. Já as propostas da PEC 42/2019 vá
contra esse movimento, a fechar o mercado, citando os efeitos nefastos à
Argentina e às Filipinas, que enveredaram por esse caminho. Finda a fala dos
convidados, a palavra foi aberta aos inscritos da plateia: Sr. Neurilan Fraga,
presidente da Associação Matogrossense dos Municípios – AMM; e Sr. Xuxu Dal
Molin, Dep. Estadual do Mato Grosso. Fizeram o uso da palavra, em ordem, os(as)
Deputados(as) inscritos(as):
Marcon, Arnaldo Jardim, Nelson Barbudo,
Aline Sleutjes, Fausto Pinato, Alceu Moreira, Aguinaldo Ribeiro, Evair Vieira de
Melo, Rogério Peninha Mendonça e Fabiano Tolentino. O Presidente fez suas
considerações finais, agradeceu a todos e encerrou os trabalhos às doze horas e
cinquenta e três minutos, antes, porém, convocou os senhores Deputados a
participarem da reunião de Audiência Pública Ordinária, a ser realizada amanhã,
quinta-feira, às 13h30, no plenário 1, para debater a “Assistência Técnica e Extensão Rural Pública
Brasileira”. O inteiro teor foi gravado, passando as notas taquigráficas a
integrarem o acervo documental desta reunião. E, para constar, eu, Francisco
Alexandre Pierre Barreto Lima, _____________________________,
Secretário-Executivo, lavrei a presente Ata, que por ter sido lida e aprovada,
será assinada pelo Presidente em exercício, Deputado Neri Geller,
_______________________________, e publicada no Diário da Câmara dos Deputados.
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