CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 84.2021.B Hora: 13:52 Fase: BC
Orador: VICENTINHO, PT-SP Data: 29/09/2021

O SR. VICENTINHO (PT - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na última segunda-feira, eu estive em Osasco participando de uma plenária com o movimento sindical e também com pessoas ligadas ao movimento popular.

Esse evento ocorreu no Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região, presidido pelo nosso estimado companheiro Neto, dirigido por Edson Bertoldo, grandes companheiros - além do Edson Bertoldo, também outros e outras companheiras dirigem aquele sindicato. Foi uma plenária extraordinária. Estavam lá metalúrgicos, gráficos e trabalhadores de outras categorias, mas eu não consigo me lembrar de todas.

Durante esse diálogo, eu prestei contas do mandato, falei da situação dos trabalhadores do Brasil, falei dos golpes e mostrei que havia um fio da meada entre o golpe que acontece hoje, em termos de retirada de direitos, desde a PEC da Morte, passando pela Reforma da Previdência, pela Reforma Trabalhista e, agora, pela PEC 32. Foi um importante debate. Os trabalhadores estão muito unidos e já preparando as suas caravanas para irem, no dia 2, à grande manifestação.

Mas uma coisa me chamou atenção: o presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Osasco e Região, o estimado Luiz Arraes, mostrou uma profunda preocupação com uma emenda que foi apresentada a uma medida provisória que retira a obrigatoriedade dos frentistas à frente dos postos de gasolina.

Isso significa a possibilidade de mais de 500 mil demissões diretas, atingindo mais de 1 milhão e 500 mil pessoas, se contarmos os membros das famílias e multiplicarmos o número de demissões por três. Isso é grave!

Eu sei que, em nome do neoliberalismo e do liberalismo, várias propostas são apresentadas: "Olha, o mercado tem de ser livre. Eu não tenho nada a ver com um lado nem com o outro". É como se, numa briga, você estivesse assistindo a um gigante, todo musculoso, agredir uma pessoa frágil, e dissesse: "Eu não estou nem de um lado nem de outro". Quando você age assim, você está do lado do poderoso, contra o fraco.

Quando você libera as porteiras para permitir a demissão de trabalhadores em postos de gasolina, você está contra esses trabalhadores. Não é possível! Aprovamos uma lei já há bom tempo, e os donos de postos de gasolina nunca reclamaram desse problema, já convivem com essa realidade. E aí vem essa emenda. Nós vamos votar contra, e peço que todos nós votemos contra essa maldade com os trabalhadores.

Obrigado, Sr. Presidente.