CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 66.2021 Hora: 14:28 Fase: OD
Orador: RENILDO CALHEIROS, PCDOB-PE Data: 17/06/2021

O SR. RENILDO CALHEIROS (PCdoB - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós terminamos aqui a apreciação do Projeto de Lei nº 1.011, de 2020, que apresenta uma série de sugestões ao Plano Nacional de Imunização, estabelecendo uma série de categorias e de segmentos como prioritários.

Enquanto votávamos a matéria, eu ficava ali refletindo sobre a situação a que chegamos no Brasil. O Presidente suja a água em cima, e embaixo o povo não tem como tomar a água limpa. É como se tivéssemos uma vara torta e a réstia torta dessa vara, e nós estivéssemos tentando consertar a réstia sem consertar a própria vara. Nós estamos pagando o preço.

Vamos completar, Sr. Presidente, em mais 1, 2 ou 3 dias, meio milhão de brasileiros mortos pela COVID-19. E o Presidente continua negando a vacina, fazendo campanha contra a vacina, fazendo propaganda contra a vacina, acusando os países que nos ajudam a encontrar o caminho da vacina. O Presidente continua gerando aglomeração, tratando com descaso o que já matou meio milhão de brasileiros!

Hoje, aqui, nós fizemos um esforço para tentar corrigir parte dessas distorções. Conseguimos incluir no rol das prioridades as empregadas domésticas, que trabalharam durante toda a pandemia, expondo-se, pegando transporte duas ou três vezes ao dia, tendo contato com muitas pessoas. Conseguimos incluir as empregadas domésticas no rol dos prioritários.

Conseguimos também, Sr. Presidente, que os motoristas de táxis e os motoristas de aplicativos, que já estavam cadastrados anteriormente, fossem incluídos entre as categorias prioritárias, pelo serviço relevante que prestam, levando e trazendo gente o dia inteiro. Entram no táxi ou no carro, que funciona seguindo o aplicativo, pessoas que eles não sabem se estão com saúde ou não, se estão doentes ou não. É um segmento também importante.

Conseguimos incluir os bancários. Iniciamos pelo debate com os funcionários da Caixa Econômica Federal, que ficaram trabalhando e atendendo milhares e milhares, milhões e milhões de brasileiros no auxílio emergencial, expondo-se ali, no contato direto, a uma quantidade enorme de pessoas. Depois, esse entendimento evoluiu, e nós conseguimos incluir todos os bancários. É também uma conquista importante dentro desse quadro de muita dificuldade que vivemos.

Nosso partido, o PCdoB, conseguiu ainda incluir outros segmentos. Fizemos uma emenda, que foi aprovada, que estabelecia como prioridade também os trabalhadores e as trabalhadoras das farmácias, que também recebem centenas de pessoas por dia, sempre em busca de remédio. Em geral, recebem pessoas que vêm de residências onde há alguém doente ou que carregam doença e vão buscar medicamentos. Esse é um esforço para diminuir o dano, mas não resolve o problema. O que resolve o problema é vacina para todos.

Nós precisamos de um Governo que respeite as pessoas, que respeite a vida das pessoas, que respeite a sociedade, que respeite o País, que respeite a saúde pública! Infelizmente, essa figura para governar o Brasil não está sentada na cadeira de Presidente. A cadeira está sem Presidente da República! O País está sem comando, entregue à própria sorte.