CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 60.2022 Hora: 12:28 Fase: OD
Orador: ADRIANA VENTURA, NOVO-SP Data: 12/05/2022

A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente.

Eu também quero iniciar o dia parabenizando o Deputado Dr. Zacharias Calil por mais projetos aprovados. Lembro que o Deputado Dr. Calil, a Deputada Paula e eu somos coautores de uma lei, sancionada em 2020, que valoriza todos os profissionais de saúde. No período da pandemia, Deputado General Peternelli, V.Exa. estava aqui conosco quando nós garantimos aos profissionais de saúde equipamentos de proteção e outras coisas que, no meio de uma pandemia, não eram possíveis.

Eu subo à tribuna hoje para tratar de algo que falei ontem: a minha preocupação com o futuro do País e a minha preocupação com este Congresso Nacional.

Na minha visão, faltam discussões sérias, profundas, que tragam realmente uma melhora, não só para tratar do ambiente no Brasil, da geração de emprego, do problema da fome, da saúde, da falta de educação para a nossa população, mas principalmente para que possamos repensar o papel deste Congresso Nacional.

Neste momento em que todos os olhos estão voltados para a eleição - estamos num ano eleitoral -, eu vejo com tristeza o resultado de tudo que deveríamos ter feito nesta legislatura. Poderíamos ter avançado mais nas reformas. Não fizemos uma reforma política decente. Não fizemos reforma administrativa. Não fizemos reforma tributária. Retrocedemos no combate à corrupção. A PEC do fim do foro privilegiado continua engavetada. A PEC da prisão após condenação em segunda instância teve sua Comissão desmantelada, para não ser votada.

Eu vejo tudo isso com tristeza, porque este Congresso poderia avançar em pautas relevantes para o País, mas o que eu percebo é um populismo enorme. Inclusive, mandaram-me um material sobre isso que eu achei interessante. Nós estamos fazendo uma campanha contra o populismo. Nós sabemos que o populismo é um mal do nosso País, é um mal que envolve a nossa política.

A campanha do populismo é simples e está baseada em alguns princípios. Primeiro, traz a ideia de que as instituições têm pouca relevância. Segundo, faz parecer que todo o mundo é amigo de todo o mundo; que todo o mundo é bonzinho. Com isso, aprova-se qualquer coisa no vale-tudo eleitoral, não importando se será pago; não importando se o País tem condições de aguentar; não importando o que vai acontecer com a próxima geração. O que interessa é a próxima eleição. O resto que se dane! É um vale-tudo eleitoreiro. Nós precisamos reconhecer isso.

Eu trouxe aqui oito itens que faço questão de ler, para que a população brasileira preste atenção. Estamos em ano eleitoral. Então, atentem-se a isto!

O que os políticos populistas fazem? Inventam inimigos para se apresentarem como salvadores; fomentam questões polêmicas para serem o centro da atenção; fazem promessas que não vão cumprir - e quem paga é a população, principalmente os mais pobres. Os políticos populistas multiplicam a pobreza, para que o povo seja um eterno dependente. Vai sempre depender de cesta básica, vai sempre depender de um frango para fazer a refeição do domingo. Os políticos populistas não querem que a população saia da pobreza. Os políticos populistas são falsos demagogos e roubam a dignidade das pessoas.

Então, eu queria fazer um apelo: que pelo menos no fim da nossa legislatura nós discutamos pautas relevantes para o País! Precisamos fazer discussões sérias sobre onde vamos gastar o dinheiro, sobre como vamos tirar as pessoas da pobreza, sobre como vamos melhorar a nossa educação, sobre como vamos melhorar a nossa saúde. O que vemos aqui é gente fazendo pose; dizendo que aprovou, dizendo que fez; mas sabendo que não vai pagar, sabendo que o projeto é inconstitucional. Isso é uma vergonha para esta Casa! Nós precisamos dignificar a política.

Obrigada, Sr. Presidente.