CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Sessão: 6.2021.B Hora: 15:00 Fase: BC Orador: ERIKA KOKAY, PT-DF Data: 25/02/2021

A SRA. ERIKA KOKAY (PT - DF. Sem revisão da oradora.) - Presidente, eu gostaria de saudar todos os que acompanham esta sessão e, particularmente, o meu companheiro de bancada Célio Moura, que mostrou a resistência e a capacidade de superação que carrega o povo brasileiro.

Célio Moura, nós estávamos com muita saudade da sua presença, da sua lucidez, da sua combatividade e do seu compromisso com a construção de um País mais justo, mais solidário, o que permeia toda a sua vida política. Eu me sinto muito feliz de estar, neste momento, numa sessão com a participação de Célio Moura.

Sr. Presidente, nós estamos vivenciando um momento muito dramático, porque as prioridades deste Poder Legislativo são prioridades que não correspondem ao que a população deseja. Há uma corrupção de prioridades.

Nós não podíamos começar o ano atendendo ao sistema financeiro, votando a autonomia do Banco Central e não votando o auxílio emergencial e uma solução para a necessidade que temos de vacinas para todas e todos neste País. Nós não podíamos, agora, estar nos dedicando a prerrogativas de Parlamentares, que, em verdade, não visam a acabar com os abusos do Poder Judiciário, abusos que tanto penalizaram pessoas como Luiz Inácio Lula da Silva, em uma verdadeira operação de construção golpista que se deu através das togas, abarcada pelo nome Lava-Jato.

Nós vimos - o Brasil inteiro viu - que um procurador dizia: "Isso são apenas filigranas jurídicas, o que importa é o político". E chamava outro procurador: "Vem, vem aqui prender o Lula", sem que o Lula respondesse, à época, a nenhum processo. Então, a cada dia fica mais clara a injustiça que foi cometida contra Lula, na tentativa de determinar as eleições de 2018, para que nós tivéssemos, hoje, um Governo que está de costas para o povo brasileiro.

Este é um Governo que, ainda que fale em auxílio emergencial, busca fazer do auxílio emergencial um gatilho ou uma granada no bolso ou um estouro de boiada contra a saúde e a educação. Isso é inadmissível - inadmissível!

Para além disso, nós temos a privatização da ELETROBRAS, uma empresa que deu 30 bilhões de lucro nos últimos 3 anos. O próprio Governo diz que vai aumentar as tarifas de energia elétrica. O próprio Governo está dizendo isso na sua proposição. Ao mesmo tempo, você tem a maior empresa de energia da América Latina, que, em qualquer país do mundo, seria protegida, sendo entregue na bacia das almas.

A mesma coisa acontece com os Correios. Os Correios são uma empresa lucrativa - lucrativa! E o lucro vem de sua atuação em cerca de 10% dos Municípios. Os 90% restantes dos Municípios não dão lucro para os Correios. Será que eles serão atendidos por uma empresa que visa ao lucro, uma empresa privada? Por isso, nós somos contra a privatização da ELETROBRAS e dos Correios.

Aliás, a ELETROBRAS não poderia ter o processo de privatização iniciado por medida provisória, sem que o Parlamento decida se quer ou não privatizar a ELETROBRAS, porque se trata de uma empresa da União por decisão legal.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Bismarck. PDT - CE) - Conclua, Deputada.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT - DF) - Só o Parlamento pode decidir sobre a privatização da ELETROBRAS.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Bismarck. PDT - CE) - Obrigado, Deputada.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT - DF) - E o Governo começa a privatização da ELETROBRAS gastando recursos públicos sem o aval parlamentar, desrespeitando o Parlamento, o Erário e os recursos de toda a Nação.

Não à privatização da ELETROBRAS e dos Correios!