CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 35.2020.B Hora: 13:16 Fase: BC
Orador: MARCEL VAN HATTEM, NOVO-RS Data: 14/12/2020

O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, caras colegas Deputadas, caros colegas Deputados, vim aqui para falar sobre hipocrisia e escravidão ideológica.

Na semana passada, nós votamos contra uma convenção que supostamente combateria o racismo, um convenção que não foi assinada sequer pelo ex-Presidente americano Barack Obama, e foi na época da sua Presidência que essa convenção foi assinada por apenas quatro países da OEA além do Brasil. Essa convenção previa incluir na Constituição Federal cotas raciais para a composição de Parlamentos, inclusive este aqui.

Pois bem, alguns daqueles que estão nos criticando são hipócritas - hipócritas! O PSOL, por exemplo, é um partido que, aqui na Câmara dos Deputados, tem dez Deputados, dos quais sete são brancos - sete são brancos! -, e dois dos seus suplentes, um do Estado de São Paulo e uma do Estado do Rio Grande do Sul, são negros. Se querem impor cotas para todos, que comecem em casa. Que renuncie a Deputada Fernanda Melchionna para dar espaço a sua suplente negra e que renuncie o Deputado Ivan Valente, ou a Deputada Sâmia Bomfim, ou a Deputada Luiza Erundina para dar ao Douglas Belchior uma cadeira.

Douglas Belchior, o suplente da bancada do PSOL em São Paulo, disse que o PSOL é um partido racista que não mantém a coerência, acusando justamente a hipocrisia que ocorre dentro do partido. Segundo a candidata a Vereadora em São Paulo Keit Lima, o dinheiro público do partido foi para os brancos em maioria, e não para os candidatos negros, nem para as candidatas mulheres, como ela gostaria.

Sr. Presidente, hipocrisia foi o que rolou também nas redes sociais, quando acusaram a bancada do NOVO de ser racista. Olhem só, para conhecimento: foi um liberal, Joaquim Nabuco, quem mais defendeu o fim da escravidão no Brasil.

O que nós temos hoje, na verdade, é uma escravidão ideológica, que está sendo imposta por alguns - ou que alguns querem que seja imposta - sobre determinados grupos, sejam negros, sejam gays, sejam mulheres, as ditas minorias.

Nós defendemos liberdades individuais para todos. Que o cidadão possa escolher o melhor para integrar este Parlamento, seja homem, seja mulher, seja gay, seja branco, seja negro, não importa, Sr. Presidente. Essa é a essência da democracia que o NOVO defende. Tanto é assim, que, dos 28 Vereadores eleitos no Brasil, o NOVO elegeu 10 mulheres, sem nenhuma candidata-laranja. Aliás, uma das nossas candidatas, reeleita Vereadora, está aqui no plenário hoje, a Vereadora Janaína Lima, de São Paulo. Nós fazemos na prática aquilo que os outros só defendem na teoria, porque, hipocritamente, não põem em prática dentro de casa, mas querem impor aos outros.

Nós defendemos liberdades individuais. Nós defendemos democracia. Nós defendemos que as pessoas sejam verdadeiramente livres, e não engenharias sociais, artifícios que servem apenas para escravizar ideologicamente os outros. E, como disse a nossa candidata negra em Porto Alegre, suplente da nossa bancada de Vereadores, Sâmila Monteiro, na sua campanha eleitoral em um dos bairros mais pobres de Porto Alegre, a Restinga, há escravidão ideológica em pleno século XXI. Nós não podemos aceitar isso.

Muito obrigado, Sr. Presidente.