CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 12.2021 Hora: 18:32 Fase: OD
Orador: PERPÉTUA ALMEIDA, PCDOB-AC Data: 03/03/2021

A SRA. PERPÉTUA ALMEIDA (PCdoB - AC. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, colegas Parlamentares, quando estamos em qualquer roda de conversas, em grupos de família ou até em grupos de amigos no WhatsApp, há sempre alguém que chega e pede: "Dá uma notícia boa pra gente".

De fato, as notícias sobre o Brasil são todas muito ruins. A pior notícia de ontem que podíamos ter foi o Presidente Jair Bolsonaro ter acabado com a lei das vacinas, quando ele tira a responsabilidade do seu Governo de comprar e distribuir vacinas. Ainda bem que o STF tem dado ganho de causa aos Governos, para que eles possam trabalhar.

Hoje a pior notícia que podíamos receber foi: "PIB do Brasil despenca 4,1%". Foi o maior tombo desde o início da série de 1996.

Pode ser que não fique só nisso, pode ser que cheguemos ainda este ano à 14ª posição entre as maiores economias do mundo. Isso é uma humilhação para o Brasil, que esteve entre as 10 maiores economias. Nós descemos de posição porque temos um Presidente que não sabe de fato para que rumo quer levar o País.

A situação da dengue no Acre, Sr. Presidente, preocupa muito. Há muitas mortes por dengue hemorrágica.

Voltando à questão nacional, a COVID está transformando o Brasil em um risco mundial, porque não temos comando. Os Governadores e Prefeitos se viram sozinhos. O desemprego assola o nosso País, e o auxílio emergencial proposto pelo Governo do Presidente Bolsonaro vai dar apenas uma nota do lobo-guará e mais uma nota da onça.

Então, Sr. Presidente, não podemos achar que esse auxílio emergencial vai resolver a situação do nosso País.

No Acre, em torno de 130 mil pessoas foram atingidas por uma forte alagação, algo que não se via pelo menos nos últimos 50 anos. O Presidente foi lá, chegou com uma conversa de que ia mandar 450 milhões de reais, e, de repente, isso se transformou em 18 milhões de reais, só que é dinheiro para reformar escolas, postos de saúde, estradas, pontes. E a vida das pessoas, como vamos reconstruir? É preciso olhar para as famílias que perderam tudo o que construíram nos últimos 10 anos, 20 anos, 30 anos.

Por isso, estamos propondo um auxílio emergencial extraordinário para as famílias do Acre que perderam tudo durante essa alagação.

Eu queria muito contar com a sensibilidade dos colegas deste Plenário, porque somos um Estado com pouco mais de 700 mil habitantes e temos em torno de 130 mil habitantes sem ter onde dormir, sem ter um colchão que não esteja molhado, sem ter uma geladeira ou um fogão, e vendo toda a sua produção estragar.

É preciso termos esse olhar. Eu espero muito e confio no Plenário desta Casa para que tenha um olhar diferenciado para o Acre.

Muito obrigado, Sr. Presidente.